Adriana Brendler
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O Brasil não tem motivos para comemorar a redução no trabalho infantil de 0,7 ponto percentual em 2006 entre crianças e adolescentes de 5 a 17 anos, divulgada sexta-feira (14) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). “Embora a pesquisa aponte uma redução, não houve mudança no cenário", afirmou a secretária executiva do Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil, Isa Oliveira."Não há o que comemorar, porque nós não saímos desse patamar inaceitável de ter mais de 5 milhões de crianças e adolescentes trabalhando, portanto, tendo seus direitos violados, comprometendo o presente e o futuro dessas crianças", disse a secretária. "É uma redução pouco significativa se você considerar o contingente de trabalhadores”.Para ela, retomar a tendência de queda é um "ponto de partida, mas não é um ponto de chegada". "O que esperamos é uma redução programada e constante do trabalho infantil para, num cenário próximo, eliminar essa violação de direitos no Brasil”.Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) do percentual de crianças e adolescentes de 5 a 17 anos que trabalham no país recuou de 12,2% em 2005 para 11,5% em 2006. Apesar da redução de 350 mil no número de crianças e adolescentes trabalhadores em relação ao ano anterior, em 2006, cerca de 5,1 milhões deles estavam no mercado de trabalho brasileiro, correspondendo a 5,7% da população ocupada no país.