Edla Lula
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Ocidadão brasileiro terá, a partir da próxima terça-feira (18), mais uminstrumento para cruzar informações sobre valores, prazos,periodicidade e tipos de tarifas cobrados por dez diferentes bancosbrasileiros. O Sistema de Divulgação de Serviços e Tarifas Bancárias(Star), criado pela Federação Brasileira dos Bancos(Febraban), disponibilizará, na internet, dados de 46 tipos de serviçoscobrados pelos bancos, que, em muitos casos, o cliente sequer sabe oque está pagando."O cliente vai poder comparar, entre os bancos, o valor do serviço em cada um deles", disse o diretor de Relações Institucionais daFebraban, Mário Sérgio Vasconcelos, em entrevista ao programa RevistaBrasil, da Rádio Nacional. "Com essas informações, ele poderá ir aogerente, negociar a tarifa e até mudar de banco". Segundo ele, haverátambém mais competição entre os bancos, que deverão brigar pelo cliente,reduzindo, assim, as suas tarifas"O serviço será bom para o bancotambém. Quanto melhor for o atendimento, maiores os negócios que ocliente faz com ele. Caminhar nessa direção vai diminuir reclamações eaumentar a fidelidade de seu cliente, o poder de atratividade. Isso fazparte desse jogo competitivo do mercado brasileiro", comentou. De acordo com Vasconcelos, o objetivo do novo sistema é impulsionar o processo deauto-regulação do setor, uma campanha da Febraban. "A questão dastarifas é o primeiro capítulo desse projeto de auto-regulamentação,cujo objetivo é ter com o cliente uma relação muito maisclara, mais transparente e mais fácil para ambas as partes, que é umaexigência da cidadania hoje".Oserviço se assemelha ao já disponibilizado na página do Banco Central na internet, onde qualquer pessoa pode acessar uma relação comtodos os tipos e valores de tarifas cobrados pelas 224 instituiçõesfinanceiras existentes no Brasil. A página do BC oferece também a listados cinco bancos alvos das principais reclamações de clientes. Nocaso do Star, inicialmente serão disponibilizados dados dedez grandes bancos de varejo, mas, segundo Vasconcelos, a intenção éatrair a adesão dos outros bancos que fazem parte do sistemafinanceiro.Segundo a Febraban, oStar constitui um aprimoramento do modelo oferecido pelo BC, porquepermitirá o agrupamento e a comparação dos dados de forma segmentada,por tipo de instituição financeira, como banco comercial, bancomúltiplo, leasing etc. A nomenclatura de todos os itens foipadronizada e os itens distribuídos em sete grupos temáticos básicos:Cadastros, Contas Correntes, Movimentação de Recursos, Cheques,Cartões, Extratos e Emprétimos e Financiamentos. Quando não souber o significado, o cliente poderápesquisar o nome da tarifa pela sigla lançada no extrato. Olançamento e a manutenção das informações serão de totalresponsabilidade dos bancos, que repassarão à Febraban os dados dosresponsáveis pelos lançamentos e atualizações. As tarifas serãocadastradas em valores e em percentuais, quando necessário. Com a medida, a Febraban pretende se antecipar à criação das novas regras quepermitirão uma atuação mais rigorosa da fiscalização e procura abrirum diálogo com o correntista-consumidor.No último dia 11, o presidente doBanco Central, Henrique Meirelles, e o ministro da Justiça, Tarso Genro,anunciaram a criação de um grupo de trabalho para definir novas regras de fiscalização das instituições financeiras. O objetivoda cooperação é intensificar a fiscalização com base nas reclamaçõesfeitas aos Procons.O grupo de trabalhoserá formado por técnicos da Secretaria de Direito Econômico, doMinistério da Justiça, e do Banco Central. Segundo o diretor doDepartamento de Proteção e Defesa do Consumidor, RicardoMorishita, os técnicos definirão o número mínimo de reclamações necessário para acionar a fiscalização e a forma de agrupamento das queixas. O grupo de trabalhoterá 60 dias para estabelecer as novas regras. O governo espera que amedida sirva como incentivo para que as instituições financeiras resolvamas reclamações sem que o consumidor tenha a necessidade de recorrer ao Procon.