PSDB e PSB fecham posição contra Renan, PT e PMDB liberam bancada em votação

11/09/2007 - 17h30

Marcos Chagas, Roberta Lopes e Priscilla Mazenotti
Repórteres da Agência Brasil
Brasília - O PSDB e o PSB decidiram votarpela cassação do presidente do Senado, Renan Calheiros(PMDB-AL). Já o PT e o PMDB liberaram a bancada para votar deacordo com a opinião pessoal de cada parlamentar. O DEM marcouencontro ainda hoje (11) sobre o caso, mas, como partido de oposição,também deve decidir por uma orientação da bancada para votar pela cassação. Paraaprovar a cassação ou a absolvição sãonecessários a maioria simples dos 81 senadores, ou seja, 41. PSDB e DEM respondem por 30 votos. PMDB, o partido de Renan, tem 19senadores. O PT responde por 12 parlamentares, e os outros partidos têm20 cadeiras.Deacordo com o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio(AM), "os senadores darão à votaçãoos 12 votos solicitados pela cassação do mandato e,portanto pela consagração do relatório assinadopelos senadores [Renato] Casagrande (PSB-ES) e pela nossa companheiraMarisa Serrano (PSDB-MS)". Um senador, João Tenório (AL), ficou liberado para votar como quiser pelas relações pessoais com Renan.A líder do PT noSenado, Ideli Salvati (SC), disse que, apesar de liberar abancada para votar "livre, leve e solta" a proposta decassação do mandato do senador Renan Calheiros(PMDB-AL), teme que o processo tenha "risco de vício, decontaminação pelos interesses que possam estar emjogo".Segundo ela, não houve nenhum tipo de orientação. "Não houve orientaçãoem nenhum sentido", garantiu.A bancada do PMDB estádividida. O líder do partido, senador Valdir Raupp (RO),admite que até seis senadores peemedebistas podem votar pelacassação. Segundo ele, a bancada também nãofechou uma decisão comum, o que torna uma questão de“consciência” e não “partidária”.Indagado sobre a possibilidade de fechar questão sobre o tema, o senador Almeida Lima (PMDB-SE), um dos autores do relatório que absolvia Renan no Conselho de Ética, afirmou que a proposta não está incluído em nenhum programa partidário. “Acho que está emprograma partidário a tese de que devemos ter umaadministração limpa e não corrupta. E isso nóstemos propugnando. Portanto, é uma questão de avaliação."Já o PSB, partido do senador Renato Casagrande (ES), que produziu o relatório a favor da cassação no Conselho de Ética, os três integrantes da legenda (Antônio Carlos Valadares (SE), Patrícia Sabóia (CE), e ele) vão votar "fechados" pela cassação. “Vão votar com o meurelatório”, disse. Mais cedo, comentou que nenhum partido pode ser considerado "fiel dabalança", porque "há muita divisão no Senado". Estou sentindoum ambiente de preocupação na votaçãoamanhã. Porque quem vai ser julgado não é osenador, é o Senado.”Renan Calheirosenfrenta um processo por quebra de decoro parlamentar após umarepresentação do P-SOL, baseada em uma reportagem darevista Veja. O texto diz que o senador tinha contas pessoais pagaspor um funcionário da construtora Mendes Júnior. Entreelas, uma pensão para a jornalista MônicaVelloso.Uma perícia da Polícia Federal mostrouque os documentos apresentados por Renan Calheiros, “isoladamente”,não comprovam que ele tinha recursos suficientes para fazer ospagamentos. O Conselho de Ética e a Comissão deConstituição e Justiça (CCJ) aprovaram umrelatório com uma lista de oito argumentos contra Renan. Porisso, foi encaminhado ao plenário do Senado.