Comandante da PM diz que não sabia de passeio dos ministros em trem atacado em favela carioca

11/09/2007 - 20h07

Vladimir Platonow
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O comandante da Polícia Militar do Rio de Janeiro, coronel Ubiratan Ângelo, afirmou hoje (11) que não foi informado, em nenhum momento, de que os ministros da Cidades, Márcio Fortes, e dos Portos, Pedro Brito, além do secretário estadual de Transportes, Julio Lopes, fariam um passeio de trem na segunda-feira (10).O trem foi atacado a tiros quando passava em frente à Favela do Jacarezinho (zona norte), obrigando as autoridades e os jornalistas que estavam juntos a se jogarem no chão para escapar das balas. Segundo o coronel Ubiratan, a única informação que chegou à PM foi um e-mail, enviado pela Secretaria de Transportes, na noite de quinta-feira (6), véspera de feriado, anunciando que haveria um evento na Favela do Arará, marcando a revitalização daquele trecho da ferrovia.“Nós não ficamos sabendo, em momento algum, de que haveria o passeio de trem. Só tivemos ciência disso quando foi informado lá no local do evento. O secretário [Júlio Lopes] disse que enviou e-mail para mim, mas eu não recebi. Não sabíamos que haveria trânsito na composição de trem. Para nós, a informação era policiamento para o evento, em local fixo”, alegou o militar.O comandante da PM disse ainda que o secretário Júlio Lopes foi aconselhado a não prosseguir viagem no trem, mas teria decidido continuar. “Foi dada orientação para que não fosse feita a viagem, pela polícia. E por que foi feita? Foi decisão do secretário Júlio Lopes”, afirmou o comandante.O secretario de Transportes foi procurado, mas informou, por meio de sua assessoria de comunicação, que não vai se pronunciar sobre o assunto.