Líder do governo no Senado defende redução gradual da CPMF

11/09/2007 - 14h19

Daniel Lima
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O líder do governo no Senado, Romero Jucá(PMDB-RR), disse hoje (11), ao deixar o Ministério da Fazenda, que discutiu com oministro Guido Mantega as dificuldades que o governo terá durante a votação, na Casa, da proposta que prorroga a ContribuiçãoProvisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) até 2001.

Segundo Jucá, eles conversaram também sobre a possibilidade dese construir uma alternativa no relatório do deputado Antonio Palocci (PT-SP) quepossa indicar um abrandamento, no futuro, da cobrança da contribuição. "Sou favorável a uma redução gradual, dentro de umaanálise criteriosa, começando pelos pontos que são de impacto maior. Poderiaser um cronograma ou uma discussão futura", disse o senador.

Jucá informou que o assunto ainda será discutido em encontro, nesta tarde,entre o relator da CPMF, Antonio Palocci, parlamentares da base aliada eintegrantes da oposição.  

"A gente sabe que o fórum paraessa discussão é a reforma tributária, mas entendo que uma sinalização e algumtipo de entendimento de construção política com a base e com parte da oposiçãoé salutar para ajudar neste momento a aprovação", afirmou o líder do governo. 

Ele reafirmou que existemalternativas à reduçãode alíquotas no futuro ou à compensação, como adiminuição da carga tributária em determinados setores e a desoneração dafolha de pagamento.

De acordo com Jucá, o ConselhoPolítico do governo tomou a decisão também de discutir antecipadamente com o Senado o relatório elaborado naCâmara dos Deputados, devido ao prazo pequeno até avotação do tema no Congresso Nacional.

Quanto à dificuldade de aprovaçãoda proposta de prorrogação no Senado, Jucá ressaltou que o equilíbrio de forças é "muitocomplicado" e que o governo não tem maioria significativa. "Portanto, vamosprocurar, e temos procurado sempre, o entendimento, inclusive construindo com aoposição as soluções", afirmou.

O esforço do governo para aprovara CPMF até 2011 trouxe a Brasília hoje governadores de estados do Nordeste, que vão discutir outro tema importante: a criação de um fundo de desenvolvimento regional para compensar aspossíveis perdas que os estados possam ter com a Reforma Tributária.

Segundo o governador de Sergipe, Marcelo Deda,governadores de outras regiões deverão participar dos debates, que começam com oNordeste. "Pressumo que ele [Mantega] chamará também os do Sul, depois os do Sudeste. Para negociar por região", disse Deda.Questionado se estava preparado para ser o futuropresidente do Senado, caso o presidente da Casa deixe o cargo, Jucá respondeu que "Renan Calheiros vai continuar sendo o presidente e que, na verdade,queria era alguém que o substituísse na função de líder, "porque dá muitotrabalho".