Ricardo Carandina
Repórter da Rádio Nacional
Brasília - O corregedor doDistrito Federal, Roberto Giffoni, disse hoje (10) à CPI daCâmara Legislativa do Distrito Federal, que a investigaçãoda Corregedoria do DF identificou várias irregularidades nacontratação de uma obra sob responsabilidade daempreiteira Gautama.A CPI da CâmaraLegislativa foi criada depois que a Operação Navalha,da Polícia Federal, identificou indícios daparticipação do ex-deputado distrital Pedro Passos(PMDB) no esquema de desvio de recursos públicos comandado pela empreiteira Gautama. Pedro Passos renunciou ao mandatono mês passado, para evitar perder os direitos políticosnum processo por quebra de decoro, que acabou arquivado na Comissãode Ética da casa.Roberto Giffoni foiconvocado pela CPI porque a Corregedoria do Distrito Federal, pordeterminação do governo local, investiga as supostasirregularidades na construção de uma barragem. Segundoele, foram feitos contatos com a juíza Eliana Calmon, do STJ,responsável pelo processo no tribunal. Também foramouvidos servidores e ex-servidores suspeitos de envolvimento com oesquema.De acordo com ocorregedor, a primeira irregularidade é sobre a conduçãoda obra. Ele explicou que a empreiteira Gautama que ganhou alicitação acabou se dividindo em duas empresas: uma quemanteve o nome original e outra que passou a se chamar LJA e que, deacordo com os termos da cisão, deveria ficar responsávelpela obra. Segundo Giffoni, um parecer não submetido àProcuradoria, acabou transferindo da LJA para a Gautama o direito detocar a obra.O outro problemaapontado por Giffoni se refere às notas fiscais emitidas pelaempreiteira. De acordo com ele, elas não especificavam otrabalho executado. Ele disse que o governo do Distrito Federalrepassou à empreiteira R$ 3.371.932,00, que foram utilizadospara custear estudos preliminares, como Estudo de Impacto Ambiental(EIA), Relatório de Impacto Ambiental (Rima), estudos detopografia e outros projetos técnicos.A obra nuncacomeçou a ser executada. Sobre o ex-deputado distrital PedroPassos, Roberto Giffoni afirmou que a Corregedoria encontrou umdocumento em que ele comunica à Gautama que ela ficaráà frente da obra. O depoimento do corregedor do DistritoFederal, Roberto Giffoni, aconteceu no plenário da CâmaraLegislativa do Distrito Federal.