Paulo Montoia
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - O volume geral de vendas do comércio varejista no Brasil cresceu 9,8% no país neste ano até agosto, segundo índice divulgado hoje (10) pela empresa de consultoria Serasa. A empresa estima o volume de comércio a partir do número de consultas feitas por seus clientes, para averiguar a capacidade de crédito de cada consumidor.De acordo com a empresa, o Indicador de Atividade do Comércio foi puxado principalmente por um crescimento, nesse período, de 12% nas vendas do comércio varejista especializado, como eletroeletrônicos, veículos e materiais de construção, entre outros. As vendas dos hipermercados, supermercados e varejo de alimentos e bebidas (mercearias, açougues, quitandas, distribuidoras de bebidas etc), aglutinadas desta forma pela empresa, subiram 7,5% quando comparadas com os primeiros oito meses de 2006. Em entrevista à Agência Brasil, Carlos Henrique de Almeida, assessor econômico da Serasa, informa que o volume geral de vendas do comércio varejista de janeiro a agosto de 2006 sobre o ano anterior crescera 5,4%.Nas comparações de agosto deste ano com o mesmo mês de 2006, as vendas gerais do varejo e também as dos segmentos especializados registram, ambas, crescimento de 9,2%, e o aglutinado de hipermercados e supermercados registra aumento de 9,1%.Almeida explica que o indicador não reflete crescimento do faturamento. “O que nós acompanhamos é o volume de consultas feitas à nossa base de dados. Isso seria o equivalente ao volume de vendas físicas e não dinheiro”. Segundo a empresa, sua base de consultas soma 5,6 milhões de empresas no país, das quais as 6 mil mais representativas do comércio varejista foram usadas para este indicador.No varejo especializado, “o quê a gente sabe é que o que está puxando (o crescimento) dentro do comércio especializado é o comércio de veículos e de eletroeletrônicos. A redução da taxa de juros tem facilitado o crédito e também o alongamento dos prazos. E o consumidor também está numa posição melhor do que estava em agosto do ano passado, em termos de emprego, renda e de inadimplência também”.Almeida disse não ter informações ou elementos para avaliar o impacto da redução de imposto feita pelo governo federal sobre computadores, dentro do setor de eletroeletrônicos. Mas sobre o peso da redução de custos de componentes e produtos importados, gerado pela desvalorização do dólar frente ao real ele destaca a importância do aumento da concorrência.“Nos eletroletrônicos, a questão do câmbio, além, de segurar preços, promove aumento da concorrência e isso ajuda mesmo os produtos com maior valor agregado, os que têm mais tecnologia, a terem um atrativo a mais em preço”.