Associação recomenda a mutuários cuidado com alongamento do prazo para pagar casa própria

02/09/2007 - 15h34

Stênio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O alongamento de financiamentos do crédito imobiliário, de 240 para 360 meses "está longe de atender aos reclamos dos milhões de brasileiros que sonham com a casa própria", no entender do diretor da Associação Brasileira dos Mutuários da Habitação (ABMH), seção do Distrito Federal, José Geraldo Tardin.A mudança anunciada pela Caixa Econômica Federal (CEF) para vigorar a partir de amanhã (3) também prevê redução de 11,3% para 10,4% dos juros nas operações com recursos da caderneta de poupança, o que resulta em redução média de 14% nos custos do financiamento, de acordo com o vice-presidente de Governo da Caixa, Jorge Hereda.Segundo Tardin, essa aparente redução é enganosa, porque o alongamento do prazo aumenta o preço final em 19%. Tardin, que também preside o Instituto Brasileiro de Estudo e Defesa das Relações de Consumo (Ibedec), afirma que quem pretende comprar imóvel residencial deve ter em mente que todo aumento no prazo de financiamento - qualquer que seja ele - embute juros maiores e correção nas parcelas.É o caso de se verificar que os juros são atrelados ao contrato e, se a taxa equivale a 1% ao mês, em média, vai chegar ao final do financiamento de 240 meses, como é hoje, em 240%. Na operação de crédito de 360 meses, naturalmente, a taxa chegará a 360%, explicou. Esse mecanismo é uma espécie de seguro contra possível inadimplência.O ideal, adiantou, "é comprar o estritamente necessário para morar, e amortizar no menor prazo". Situação que ele acha cada vez mais difícil, porque "não existe uma política de acesso à habitação; o que existe é oferta de dinheiro, a juros excessivos". Tardin defende a necessidade de se criar mecanismos que viabilizem a aquisição da casa própria com financiamentos de curto prazo e a juros mais baixos.