Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A trajetória dos juros no Brasil não depende da turbulênciainternacional, mas do comportamento da inflação, segundo o ministro da Fazenda, Guido Mantega, ao comentar que a situação externa não deverá alterar atrajetória de queda da taxa Selic (taxa básica de juros da economia).Segundo o ministro, na próxima reunião o Copom (Comitê de Política Monetária) deverá fixaros juros tendo como base a situação dos preços no mercado interno e não ocomportamento da economia no Hemisfério Norte.“A trajetória dos juros no Brasil depende do comportamentoda inflação e não das turbulências no mercado internacional. Então, naturalmente,o Copom examinará a situação da inflação no Brasil de acordo o regime de metase [ao fixar a nova taxa Selic] tomará a decisão com base no comportamento dainflação, que não tem nada a ver com esta turbulência internacional. São duascoisas totalmente independentes, e pelo menos até agora não se manifestou nenhumreflexo da crise externa na inflação”, disse.Mantega admitiu, porém, que os empresários brasileiros estãopagando juros mais elevados nos empréstimos obtidos no mercado internacionalpor conta da crise gerada a partir dos Estados Unidos.“Os juros destes financiamentos subiram umpouco, neste momento, como conseqüência da elevação dos riscos externos. Masaqui dentro, não. Aqui os créditos continuam com juros cada vez menores e comoportunidades que permitem até o não pagamento destes juros, desde que eles [osempresários], abram o capital de suas empresas e lancem ações na Bolsa de Valores”.As declarações do ministro da Fazenda foram feita durante encontro com o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral Filho.