Sabrina Craide
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Osministros do Supremo Tribunal Federal aceitaram hoje (24), por unanimidade, denúncias contra o deputado JoãoPaulo Cunha (PT-SP) e o publicitário MarcosValério, que passam assim a responder como réus em ação penal. O primeiro, ex-presidente da Câmara, já foi denunciado porcorrupção passiva, peculato (apropriação de dinheiro público em benefício próprio) e lavagem de dinheiro. E o segundo, considerado o operador do esquema de compra de votos de parlamentares em troca de apoio ao governo, por corrupção ativa e peculato.Pela denúncia do Ministério Público Federal contra os 40 acusados de participar do mensalão, pesam contra Marcos Valério as seguintes acusações: formação de quadrilha, falsidade ideológica, corrupção ativa, peculato, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. E contra João Paulo Cunha, corrupção passiva, lavagem de dinheiro e peculato. Os demais itens serão votados após o intervalo para almoço, a partir das 14 horas.Os ministros também acataram denúncias de corrupção ativa e peculato contra dois sócios de Marcos Valério na agência SMP&B (Ramon Hollerbach e Cristiano de Mello). Assim, já são oito os acusados que viraram réus, somando-se aos quatro dirigentes do Banco Rural cujas denúncias foram aceitas na manhã de hoje.Na questão do peculato, João Paulo Cunha foi acusado primeiramente de desviar R$ 252 mil em proveito próprio, na contratação dos serviços (nunca realizados) da empresa SMP&B pela Câmara dos Deputados. Marcos Valério e os sócios foram acusados, junto com João Paulo, de desviar R$ 536 mil por meio da cobrança de honorário para subcontratação de empresas.O outro sócio da empresa, Rogério Lanza Tolentino, teve as acusações contra ele rejeitadas até o momento. O relator do processo,ministro Joaquim Barbosa, argumenta que a denúncia não informa que participação ele teve no esquema, pois foi citado apenas como sóciode Marcos Valério.Em relação aos outros dois sócios, orelator afirmou que há nos autos elementos concretos de participação efetiva deles na gestão daSMP&B, que, segundo a denúncia, exercia grande parte dasatividades do mensalão, utilizando-se de meios ilegais para obter facilidadesjunto ao governo federal.Confira as acusações que pesam contra João Paulo Cunha, Marcos Valério, seus dois sócios e todos os demais que estão sob julgamento.