Ana Paula Marra
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) "é o começo de uma revolução" na área do saneamento básico, afirmou hoje (24) o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na cerimônia de anúncio dos recursos do programa para obras de urbanização de favelas no Rio Grande do Sul. No discurso em Porto Alegre, Lula voltou a criticar a classe política brasileira, que segundo ele historicamente, "nunca gostou" de investir em saneamento. "Investimentos neste setor nunca deram voto", disse. E reafirmou que esta é uma das prioridades de seu governo, uma vez que, ao se investir em saneamento básico, é possível economizar em saúde.Para esses investimentos, o presidente destacou a importância de União, estados e municípios manterem as parcerias: "No Brasil, o problema hoje não é dinheiro. Porque num orçamento de 500 bilhões, 30 milhões, 40 milhões se arruma. O problema é que às vezes você quer arrumar e não tem projeto. Quando tem projeto, não tem licença prévia. Quando tem licença prévia, o Tribunal de Contas cria um embaraço... Ou seja, é um verdadeiro inferno para fazer as coisas acontecerem neste país. Por isso é que nós resolvemos trabalhar de forma integrada".Lula lembrou ainda que ao liberar os recursos referentes ao PAC, o governo não deu prioridade aos municípios governados por políticos de seu partido. "Não interessa se o prefeito é do PT, do PV, do PDT, do PMDB, do PSDB. A nós interessa que o povo é brasileiro e se a cidade tem necessidades, nós não vamos olhar a cara dos prefeitos", disse. Os recursos do PAC para obras de saneamento básico e urbanização no Rio Grande do Sul vão beneficiar 3,2 milhões de pessoas em 39 municípios. O estado contará com R$ 1,67 bilhão, dos quais R$ 1,41 bilhão são investimentos do governofederal. As contrapartidas do estado e dos municípios são de R$ 75,5 milhões e R$ 177,9 milhões, respectivamente. Na região metropolitana de Porto Alegre, a prioridade será para obras de ampliação do sistema de esgotamento sanitário, com despoluição das bacias dos rios Sinos e Gravataí; ampliação do sistema de abastecimento de água e a urbanização de favelas com remoção de moradias localizadas em áreas de risco. O presidente disse que investimentos no Rio Grande do Sul são necessários. E acrescentou: "Esse aqui é um estado que não adianta qualquer cidadão achar que um dia eu vou brigar com o Rio Grande do Sul. Eu sou grato profundamente a tudoque eu vivi e a tudo que eu aprendi nesse estado. Eu acho que esse estado merece uma atenção especial".