Juliana Andrade e Marcela Rebelo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Os ministros do SupremoTribunal Federal (STF) já admitem a possibilidade de ojulgamento da denúncia do caso do mensalão nãoterminar na próxima segunda-feira. “Certamente nãoterminará hoje. Possivelmente na segunda e provavelmente naterça? Essa é uma indagação que tambémeu me faço”, disse o ministro Celso de Mello.Para ele, a demora sedeve à “alta complexidade da matéria”, pelo númeroelevado de denunciados. O ministro afirmou que o julgamento tem sido“uma maratona física, um torneio intelectual e um exercíciode alta responsabilidade”.O ministro explicou quesão matérias “extremamente delicadas e complexas, quedemandam muito debate”. ”A maratona continua hoje com maisdiscussões, mais temas suscitados pelas defesas dos própriosdenunciados”.Sobre a metodologia deapresentação do voto do relator Joaquim Barbosa, poritens, seguindo a estruturação da denúncia doprocurador geral da República, Antonio Fernando Souza, escritaem blocos, Celso de Mello disse que o objetivo foi estabelecer umprocedimento racional “Acho que esseformato permite uma discussão mais aprofundada e umacompreensão mais abrangente da matéria e possibilitaque cada juiz do tribunal estruture seu voto em funçãoexatamente dessa opção escolhida pelo ministro relatore que me parece extremamente racional”.O ministro MarcoAurélio de Mello também considerou a possibilidade de a sessãopassar da próxima segunda-feira. Para ele, é possívelaté que a sessão prossiga na quarta-feira, jáque na terça há sessão das turmas do STF. “Oimportante é marcharmos com absoluta segurança, semaçodamento”.Ele destacou que asdiscussões são importantes para que se chegue com maiorsegurança ao resultado. “Temos que admitir que após ovoto em certo bloco poderemos ter, como já tivemos ontem,discussões no plenário. E as discussões sãoprofícuas, são salutares”.Segundo a assessoria doSupremo, o ministro Eros Grau, adiou uma cirurgia a que iria sesubmeter amanhã em São Paulo, por causa do julgamento.“Vou arriscar , para não dizerem que eu fugi, disse oministro”, segundo a assessoria do STF.A assessoria informouainda que a presidente do tribunal, ministra Ellen Gracie, vaisubmeter ao plenário novas datas para a continuidade dojulgamento.