CPI do Sistema Carcerário ouve 19 depoimentos sobre incêndio em presídio mineiro

24/08/2007 - 13h32

Kelly Oliveira*
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Deputados da ComissãoParlamentar de Inquérito (CPI) do Sistema Carceráriotomam hoje (24) depoimentos de 19 pessoas que estavam na cadeia dePonte Nova, interior de Minas Gerais, no momento em que ocorreuo incêndio que gerou a morte de 25 presos, na madrugada da última quinta-feira (23).

Entre os quedevem prestar depoimento estão familiares das vítimas, agentes edelegados que estavam de plantão na noite do incêndio epresos das celas vizinhas à cela onde estavam as vítimas.De acordo com opresidente da CPI, Neucimar Fraga (PR-ES), o incêndio pode tersido resultado de briga entre presos de celas vizinhas. Entretanto, odeputado afirmou que ainda é preciso apurar os motivos do acidente. “Existem perguntas que precisam ser respondidas. Nãosei se tem respostas para todas, mas vamos buscar a verdade”, disseFraga.

A expectativa dodeputado é que os depoimentos avancem até anoite de hoje. Pela manhã,parlamentares da comissão visitaram o presídio de PonteNova. Segundo o presidente da CPI, a situação da cela oito onde morreram os presos ainda é “trágica”.“Ascondições da cela são precárias. Muitaroupa queimada, colchão, pertences dos presosespalhados”, contou o presidente da CPI. Segundo ele, o espaço de cerca de 25metros quadrados é inadequado para a quantidade de presos queestava na cela no momento do incêndio.

A CPI doSistema Carcerário foi criada na quarta-feira (22) com oobjetivo de elaborar um diagnóstico e levantar os problemas dosistema prisional brasileiro. Na opinião de Fraga, ospresídios de Minas Gerais têm “os mesmos problemasde outros estados brasileiros. “Precisamos melhorar ainfra-estrutura do sistema prisional porque, senão, vamos estar sempre administrando crises.”

De acordocom a assessoria de imprensa do Governo de Minas Gerais, o InstitutoMédico Legal já identificou 15 das 25 vítimas.