Turbulência como a atual já ocorreu de forma distinta em três grandes crises

17/08/2007 - 16h03

Stênio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Turbulência como a queafeta atualmente os mercados financeiros internacionais já ocorreu deforma distinta nas três últimas grandes crises: no México, em dezembrode 1994; nos países do sudeste da Ásia, conhecidos como "tigresasiáticos", emoutubro de 1997; e com a quebradeira da Rússia, emagosto de 1998. Agora, o problema ocorreu em um setor específico,enquanto aqueles casos decorreram de movimentação especulativa dosgrandes volumes de capitais em circulação no mundo, em busca de ganhosnos mercados financeiros.No caso do México, tudo começou quandoos Estados Unidos anunciaram forte aumento nas taxas de juros, o quedesencadeou a saída de capitais especulativos do país vizinho. O Méxicotinha, então, uma posição pouco confortável em relação às reservasinternacionais, e terminou 1994 com apenas US$ 6 bilhões em caixa.Osegundo movimento forte aconteceu em outubro de 1997, quando oschamados tigres asiáticos (Coréia do Sul, Cingapura, Taiwan, Hong-Konge Filipinas) sofreram freqüentes recuos nas suas bolsas de valores. Osproblemas detectados no sistema financeiro e as incertezas políticasdaqueles países geraram clima propício para especulações contra asmoedas locais.O terceiro movimento foi a débâcle(mudança brusca que acarreta desordem ou ruína financeira) da Rússia,que provocou quedas generalizadas nas bolsas de valores de todo omundo. Isso, em um momento de fragilidade, quando os países emdesenvolvimento se recuperavam do problema gerado dez meses antes pelospaíses do sudeste asiático. A situação econômica da Rússia provocoudéficit público crescente, com perdas de reservas, e levaram o país adeclarar moratória edesvalorização da moeda local (o rublo), com pesadas perdas para os investidores internacionais.Emtodas essas ocasiões, o Brasil e outras economias emergentes foramobrigados a lançar mão de medidas de ajustamento econômico; quasesempre puxadas pela alta das taxas de juros. A mais significativa delasaconteceu com a quebradeira dos "tigres asiáticos", quando o governobrasileiro elevou a taxa básica de juros (Selic) de 20,7% para 43,4%,além de aumentar impostos e editar medidas para manter o capitalestrangeiro.