Bárbara Lobato
Da Agência Brasil
Brasília - Em cerca de duas semanas, umgrupo de especialistas e representantes demovimentos sociais percorrerá 11 capitais brasileiras. O objetivo é expôr argumentos contra a transposiçãodo Rio São Francisco. Batizada como Caravana Nacional emDefesa do Rio São Francisco e do Semi-árido, Contra aTransposição, a peregrinação pelas capitais será feita por 12 pessoas. Em cada cidade, o grupo vai mobilizarsociedade civil, políticos e estudantes para manifestações.“A transposiçãoé uma grande mentira. O que precisa ser discutido écomo resolver o problema do semi-árido brasileiro sem acabarcom o rio”, critica um dos representantes da campanha, Apolo Heringer Lisboa.Em Brasília, a caravana chega na próxima quarta-feira (22). Haverá reunião com a presidente do SupremoTribunal Federal (STF), ministra Ellen Gracie, e com o presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT–SP). “Se a gente tentar levar a manifestação para os governantes, há chances de que haja mudançasmuito grandes”, disse.Como exemplo, Lisboalembrou o exemplo do frei Dom Luiz Flávio Cappio, bispo deBarra, na Bahia. O frei ficou dez dias em greve de fome em 2006 parachamar atenção das autoridades políticas e dasociedade contra a transposição. Segundo orepresentante da caravana, atitudes como essa fazem com que ogoverno abra espaço e discuta com a sociedade alternativaspara o semi-árido que não seja a transposiçãodo rio.Para ele, odesenvolvimento do país em obras de infra-estrutura nãovai trazer benefício direto à população esim a grandes empresas. “O nosso interesse é que o governofederal discuta e que o Brasil saia dessa situação. Épreciso buscar uma solução efetiva para o semi-árido,pois está tudo parado”, disse.“O povo estáacreditando que tirar água do São Francisco vai trazeremprego. E não vai! Então, são atitudes e açõesque precisam ser discutidas”, ressaltou.