Flávia Albuquerque
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse hoje (17) que o Brasil está no “clube dos países sólidos”, porque tem reservas "abundantes", contas públicas equilibradas e superávitem conta corrente e comercial. “Há fugade capitais de alguns ativos, porém a entrada compensa a saída", ponderou. "Não háporque afetar a atividade [econômica] real ”.As condições econômicas do país, segundo ele, protegem o Brasil da crise financeira que se instalou no mercado imobiliário dos Estados Unidos nas últimas semanas e que tem derrubado as bolsas de valores em vários países do mundo.Para o ministro, a volatilidade externa deve continuar por algumtempo, mas o Brasil não dá demonstrações de estar sentindo a crise. “Eu digo isso porque estamos monitorando o mercado detítulos e cambial e estamos tranqüilos porque os mercados estãoequilibrados”.Em relação à elevação do dólar frente ao real, ele disse que isso estimula o setor manufatureiro e dá maiscompetitividade ao setor, por isso não afetará a economia.“Não é sóo dólar que ajuda a inflação. Ela é ajudada por vários fatores:redução dos preços administrados, equilíbrio fiscal do governo. Tantoque nossa inflação está muito comportada. Achar que uma pequenaoscilação do dólar vai causar inflação é exagero e precipitação”.Na avaliação dele, as turbulências servem para testar a solidez dospaíses: se não estiverem sólidos, sofrerão e poderão ter repercussão doponto de vista real.“Países que têm déficit emtransações correntes, que não têm saldo comercial favorável e que nãopossuam reservas suficientes deverão elevar a taxa de juros, segurarcapitais que estarão em fuga. Portanto, serão prejudicados".A crise financeira internacional, reforçou o ministro, ainda não atingiu a economia real do Brasil. “Nos outros países, eu não vejo que tenha chegado na economia real.Ainda é uma turbulência circunscrita ao mercado financeiro. É normalque, nesses momentos de turbulência, todos os ativos flexíveis, como aBolsa de Valores, mercados de futuros e de derivativos, semovimentem muito. Faz parte desses mercados funcionarem com um riscomaior”.As afirmações foram feitas hoje (17), depois do encontro com o grupo de trabalho da Reforma Tributária do Conselhode Desenvolvimento Econômico e Social (CDES).