Presidente da Comissão Européia vê solidez na economia do continente e faz apelo por Rodada Doha

10/08/2007 - 18h15

Vladimir Platonow
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Opresidente da Comissão Européia, José ManuelDurão Barroso, demonstrou hoje (10) apoio às medidas adotadas ontem pelo BancoCentral Europeu, de injetar recursos no mercado financeiro para proteger o sistema das variações devido à crise no mercado imobiliário dos Estados Unidos. Em palestra a economistas e professores na Fundação Getúlio Vargas, sobre a parceria estratégicaentre a União Européia e o Brasil, ele demonstrou otimismo frente à crise que vem derrubandobolsas de valores em todo o mundo. “Foi uma boa decisãodo Banco Central Europeu. Quanto à economia européia,nós estamos completamente confiantes. As bases macroeconômicashoje em dia são sólidas. Nós temos crescimento ecriação de empregos superiores aos dos Estados Unidos.Quanto à economia global, a mensagem que temos a passar éde tranqüilidade”, afirmou.Em relaçãoà Rodada Doha da Organização Mundial do Comércio, com o objetivo de liberalizar os mercados mundiais por meio da redução de barreiras e tarifasentre os países, Durão Barroso fez um apelo paraque os países ajudem a destravar as negociações.“Os próximosmeses serão críticos. Se não conseguirmos chegara um acordo agora, provavelmente não o conseguiremos nospróximos anos. Mais do que uma oportunidade perdida, temo oimpacto negativo no sistema multilateral de comércio e ocrescimento do protecionismo, de que vemos sinais preocupantes emalguns países-chave”, alertou.O Brasil, ressaltou, é o principal destino dos investimentos diretos europeus entre osmercados emergentes: em 2006, recebeu 5,3 bilhões de euros, contra 4,3 bilhões recebidos pela Rússia; 3,7 bilhões pela China e 1,6 bilhão pela Índia. O intercâmbio comercial bilateral alcançou44,8 bilhões de euros no ano passado, com uma expansão de35,4% em relação a 2002. “O comércio com a UniãoEuropéia representa 26,1% do comércio exteriorbrasileiro”, disse.Na palestra, ele lembrou o interesse europeu em incentivar os biocombustíveis, mas deuma forma ambientalmente sustentável e respeitando os direitostrabalhistas: “Não faria sentido promover a produçãoe o consumo de biocombustíveis como uma energia limpa, se aprodução atentasse à preservaçãodo meio ambiente”. E destacou a importância dos debates na próxima Conferência das Nações Unidas sobre MudançasClimáticas, prevista para dezembro em Bali, na Indonésia.A Europa, segundo Durão Barroso,é responsável pela emissão de 14% do carbono naatmosfera, enquanto o Brasil contribui com um pequeno percentual de gases causadores do efeito estufa, mas está entre os dez maiores emissores de carbono, por causa das queimadas na Amazônia.