Doações de campanha a irmãos de Renan foram feitas na legalidade, diz cervejaria

10/08/2007 - 19h36

Luana Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Os R$ 400mil doados pela cervejaria Schincariol às campanhas dosdeputados Renildo Calheiros (PcdoB-PE) e Olavo Calheiros (PMDB-AL),irmãos do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) naseleições de 2006 foram feitas “seguindo rigorosamenteas determinações da legislaçãoeleitoral”, segundo informou a assessoria do grupo, em nota à imprensa.

Reportagem publicada na revista Veja de 7 de julho aponta que as doaçõesseriam retribuições a lobby feito pela famíliaCalheiros em benefício da Schincariol. De acordo com a reportagem, osenador Renan Calheiros teria tentado livrar a cervejaria dedívidas no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e naReceita Federal. A partir da denúncia, o P-SOL entrou com umarepresentação no Conselho de Ética do Senadocontra Calheiros.

Levantamento feito pela Agência Brasil junto ao site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na internet encontrou doações da Schincariol nas eleições de 2006 a pelo menos 19 candidatos, de oito partidos, num valor de R$ 2,315 milhões de reais. Os dadosapontam repasses da cervejaria paracandidatos do PMDB, PSDB, PTB, PT, PCdoB, PL, PPS e PSC. ASchincariol fez as doações porque “acredita noprocesso democrático, na representatividade e pluralidade dospartidos”, segundo sua assessoria. Entre os demais políticos para quem a cervejaria fez doações estão João Paulo Cunha (PT-SP) e Arnaldo Jardim (PPS-SP). Em junho de 2005, a Operação Cevada, da Polícia Federal, desarticulou um esquema de sonegação fiscal que, segundo as investigações, envolvia a Schincariol. Mais de R$ 1 bilhão teriam sido sonegados.