Onda de violência destrói mais 110 casas no Timor e pessoas fogem para a montanha

10/08/2007 - 18h19

Agência Lusa

Lisboa (Portugal) - Pelo menos 110 casas foram destruídas entre a manhã de ontem (9) e a manhã de hoje (horário brasileiro) nosdistritos de Viqueque e Baucau, na parte oriental de Timor Leste, na seqüência dosincidentes violentos iniciados esta semana na capital Díli, disse hoje à Agência Lusa aporta-voz da polícia da ONU (Unpol), Kedma Mascarenhas. Ela acrescentou que diversas pessoas (número ainda não determinado) abandonaram suas casas e se refugiaram nas montanhas."A situação está agora calma em Baucau e Díli. No caso da capital, nãohá registro de incidentes desde quinta-feira de manhã (hora local)",precisou.Embora tenha sido confirmado o dano a 110 casas, a Unpol dispõede informações que apontam para a destruição, parcial ou total, de 142casas, e para o bloqueio de estradas.Além das mais de 50 detenções efetuadas quarta-feira em Baucau, a polícia da ONU registrou hoje aprisão de mais quatro indivíduos. Em Díli, foram presas 17 pessoas, por apedrejamento de carros civis e das Nações Unidas e por confrontos entregrupos de jovens rivais, sobretudo à noite.Sobre as pessoas que abandonaram suas casas, KedmaMascarenhas disse à Lusa que "por enquanto não há um número", masadiantou que representantes das agências da ONU viajarão amanhã de avião para Baucau, "para fazer uma avaliação da situação e contabilizar onúmero real de refugiados".Os incidentes em Timor Leste estão relacionados com o impasse sobre a designação do primeiro-ministro. A Fretilin, partido que venceu as eleições legislativas de 30 de junho mas sem obtermaioria absoluta, rejeitou e denunciou a escolha de Xanana Gusmão como "golpe de Estado constitucional". Escolhido pelo presidente José Ramos Horta, Xanana tomou posse quarta-feira.O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) apelou pela protecção das escolas, algumas das quaisforam vandalizadas ou destruídas nesta mais recente onda de violênciaem Timor Leste. Em comunicado enviado à Lusa, a Unicef diz temer que a violência ameace o ano escolar, que começou formalmente no último dia 6.