Roberta Lopes
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Entidades sindicais e movimentos sociais promovem hoje (7) o Seminário Nacional em Defesa da Previdência Social Pública, no Senado. Serão discutidos no encontro os argumentos do governo em defesa de mudanças no sistema previdenciário. Até setembro, deve ser enviada uma proposta neste sentido para o Congresso Nacional.Sindicatos e movimentos acreditam que as mudanças vão retirar direitos dos trabalhadores. Por isso, as entidades pretendem chegar ao final do seminário de hoje com um planode mobilizações para a organização de um plebiscito nacional sobre areforma da previdência e de um protesto em Brasília no dia 24 de outubro.
Entre as entidades que participam do seminário no Senado estão a Coordenação Nacional de Lutas (Conlutas), a Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Anfip), a Federação Nacional dos Sindicatos de Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social (FENASPS).Na avaliação do coordenador da Conlutas, José Maria Almeida, as argumentações que o governo usa para fazer a reforma da Previdência são "falaciosas". Entre elas a de que o sistema não tem condições de pagar os benefícios dos aposentados. Segundo Almeida, este argumento, se analisado, não se sustenta.“Se pegarmos os dados do Banco Central, do Ministério da Fazenda e reunir aquilo que é arrecadado de acordo com a lei e a constituição para financiar a seguridade social, se verá que todo ano tem sobrado cerca de R$ 56 bilhões”, afirma o coordenador da Conlutas.Com relação ao argumento de que a reforma da Previdência é necessária por conta do envelhecimento na população, Almeida diz que o crescimento de idosos no Brasil não será superior ao da população economicamente ativa.“As pessoas não tendo emprego não contribuem com a previdência, mas isso não quer dizer que são idosas. O que tem que ser feito é gerar emprego, forçar os empresários a assinar a carteira de trabalho, e recolher para a Previdência Social.”