Julio Cruz Neto*
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Onarcotraficante colombiano Juan Carlos Ramirez Abadia, preso hoje (7)pela Polícia Federal em São Paulo, tem uma fortunaavaliada em US$ 1,8 bilhão (R$ 3,4 bilhões), segundo o Departamento de Estado norte-americano. Mas deve dinheiro a muitos outrostraficantes e é acusado de matar vários deles. É“extremamente violento”. Além de ser um dos principaislíderes do tráfico de cocaína da Colômbiae do mundo, é suspeito de lidar também com heroínae lavagem de dinheiro.Conhecido como “Chupeta”, entreoutros apelidos, está envolvido com drogas desde 1986. Emmeados dos anos 90, sua organização já enviavatoneladas de cocaína anualmente para as cidades de Los Angelese San Antonio através do México. Célulasoperavam também em Nova York.Abadia foi preso ao menosduas vezes na Colômbia e ficou detido por aproximadamente trêsanos. Mesmo na cadeia, continuou comandando as atividades. Bogotánegou pedido de extradição do governo dos EstadosUnidos, que oferecia recompensa de US$ 5 milhões porinformações que ajudassem a prendê-lo.Segundo a Embaixada dos EUA em Bogotá, otraficante começou a “carreira” no Cartel de Cali,aliando-se posteriormente ao Cartel do Vale do Norte. Fundou umaempresa de medicamentos chamada Ramírez e Cia. Ltda. no finaldos anos 1980, que depois mudou de nome para Disdrogas Ltda. e passoupara as mãos pessoas de sua confiança que pudessemproteger seus bens, entre elas seus pais, Omar Ramirez Ponce e CarmenAlicia Abadia Bastidas.Quatro das pessoas encarregadas deadministrar a empresa foram incorporadas no ano passado, peloDepartamento de Tesouro dos Estados Unidos, à lista detraficantes de narcóticos especialmente designados (SDNT, nasigla em inglês). Eram “testas de ferro” de Abadia.Adesignação como SDNT, da qual “Chupeta” jáfazia parte, deixa a pessoa sujeita a sançõeseconômicas. São congelados os bens que se encontram nosEstados Unidos e fica proibida qualquer transaçãofinanceira ou comercial.