Stênio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A atividade industrial manteve estabilidade no mês de junho, depois de três meses de expressivocrescimento, como afirmou o economista Paulo Mol, da ConfederaçãoNacional da Indústria (CNI), ao apresentar hoje (7) os indicadoresindustriais, relativos a pesquisa feita em grandes e médias empresas de12 estados.Embora o número de horas trabalhadas tenha caído 0,3%e a utilização da capacidade instalada também tenha se reduzido em0,4%, na comparação com maio, ele disse que o que houve, na realidade,foi uma “acomodação ou suave alteração” no ritmo de crescimento. Para ele, porém, “isso não interrompe nem altera a tendência de crescimentoobservada no trimestre anterior”.Paulo Mol afirmou que as vendas industriaismantiveram-se estáveis em junho, com variação positiva de 0,2% emrelação ao mês anterior, apesar da valorização de 2,5% do real frenteao dólar norte-americano. Valorização que no acumulado dos últimos 12meses terminados em junho chegou a 14,1%, de acordo com o informativoda CNI.Ele ressaltou, porém, que o aumento das vendasocorreu de forma desigual, concentrado em apenas cinco dos 19segmentos pesquisados, com melhores desempenhos em materiais elétricose de comunicação (0,8%), equipamentos de transportes (0,3%) emetalurgia básica (0,3%). Em contrapartida, alguns setores comocalçados e vestuário tiveram quedas expressivas de 10,6% e 15,5%,respectivamente.O economista informou que houve redução de 0,5% dasvendas industriais no segundo trimestre, comparado aos três primeirosmeses de 2007. Segundo ele, as vendas caem enquanto as outras variáveisseguem trajetória de expansão, porque “a valorização do real reduz ofaturamento das empresas exportadoras, com impacto sobre as vendastotais”.As vendas tiveram queda expressiva de 4,5% em relaçãoa junho do ano passado, explicada em parte, segundo Paulo Mol, porcausa da desvalorização cambial do período e da concentração naquelemês das vendas de equipamentos de transportes. Mas, “foi uma expansãopontual”, de acordo com o economista; o maior impacto realmente foi docâmbio, que “restringiu o crescimento das vendas reais das empresasexportadoras”.Os números da CNI mostram que a indústria detransformação operou, em média, com 82,2% de utilização da capacidadeinstalada (UCI) em junho, com redução de 0,4% em relação a maio, mas nacomparação com o mesmo mês de 2006 houve aumento de 1,6%.Paulo Mol revelou, contudo, que “o nível de ocupaçãovem se reduzindo em relação ao crescimento verificado no início doano”. Esse diferencial chegou a 2,9% em abril, comparado ao mesmo mêsdo ano passado; caiu para 1,8% em maio e no mês seguinte para 1,6%.Isso mostra, segundo ele, que “o ritmo de expansão tende a arrefecer-sena medida em que maturam os investimentos de ampliação do parquefabril”.