Marcos Chagas, Mylena Fiori, Marli Moreira e Paulo Virgílio
Repórteres da Agência Brasil
Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro - A manifestação contra a corrupção realizada ontem (4) em algumascapitais faz parte do jogo democrático e deve serrecebida com naturalidade por qualquer governo, seja federal, estadualou municipal. A afirmação é do ministro da Secretaria de Relações Institucionais daPresidência da República, Walfrido dos Mares Guia, que em entrevista por telefone informou que em BeloHorizonte o protesto, articulado por uma comunidade de um portal de relacionamentos, reuniu cerca de 250 pessoas."A sociedade tem que reclamar. Quando osdirigentes – na esfera federal, estadual ou municipal – vêem a sociedadereclamando, geralmente ficam mais sensíveis a esses fatos", afirmou oministro. Segundo ele, "reclamar é uma vacina para ademocracia funcionar melhor".O ministro ressaltou que quatro anos de governo passam rápido e por isso disse considerar "muito importante" que os dirigentes fiquem atentos. Mineiro, Mares Guia citou uma frase comumenteutilizada por um ex-governador do estado, Hélio Garcia: "Os aplausosdevem ser recebidos com calma para que a gente não vá para a cama quando as vaias vierem".O PT convocou seus militantes para uma reação em defesa do governo Lula e contra as manifestações. Resolução aprovada na última terça-feira (31) pela executiva nacional pede que também os detentores de mandatos e funcionários de instâncias partidárias enfrentem o que qualifica de "a mais nova ofensiva da direita".“A grande mídia privada é, aomesmo tempo, instrumento e Estado-Maior desta campanha. Ou seja: nãohouve uma alteração no comportamento de grande parte da mídia privada,que repete agora o que já havia feito em 2004-2005”, aponta trecho daresolução, citado no site oficial do partido.As manifestações de ontem reuniram em São Paulo, segundo cálculos da Polícia Militar, cerca de 2 mil pessoas. No Rio de Janeiro, uma passeata levou à orla da Praia de Copacabana aproximadamente cem pessoas. E em Brasília o protesto se concentrou no Aeroporto Juscelino Kubitschek, com cerca de 70 pessoas.