Setor de serviços registrou em 2005 aumento no número de empresas, mas redução nos salários

25/07/2007 - 16h07

Adriana Brendler
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O Brasil registrou, em 2005, mais de 948 mil empresas atuando no setor de serviços, ou seja, um número 8,8% superior às 871 mil existentes no ano anterior. A informação é da Pesquisa Anual de Serviços (PAS), divulgada hoje (25) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Além de crescimento no número de empresas, a pesquisa mostrou aumento do número de empregados no setor de serviços. Em 2005, eram 7,5 milhões, contra os 6,9 milhões registrados no ano anterior. Cerca de 80% dos empregos no setor de serviços foram concentrados pelos segmentos de transportes, correio, serviços prestados às famílias e às empresas.

Apesar disso, de acordo com o levantamento, a média dos rendimentos dos trabalhadores no setor foi de 2,9 salários mínimos (o equivalente a cerca de R$ 1.110 em valores atuais), um retrocesso em relação ao ano de 2000, quando a remuneração média era de 3,9 salários mínimos.

A maior média salarial, em 2005, foi registrada nos serviços de informação (7,2 salários mínimos) e a menor, nos serviços prestados às famílias (1,6 salário mínimo).

Segundo Eduardo Pontes, economista do IBGE, as empresas voltadas para alimentação das famílias são as que pagaram os piores salários no setor de serviços: em média, 1,5 salário mínimo. “É uma atividade que emprega muito, tem o maior número de empresas, mas utiliza mão-de-obra pouco qualificada e paga os valores mais baixos no setor de serviços”.

Quanto aos rendimentos da área, a pesquisa do IBGE mostrou que o segmento de transportes, serviços auxiliares e correios teve a maior participação na receita operacional líquida do setor em 2005, estimada em R$ 450,1 bilhões. Com R$ 136,9 bilhões, esse segmento foi responsável por 30,4% do total apurado.

O segmento de serviços de informação veio em segundo lugar, com 29,7%, puxado principalmente pelo bom desempenho das atividades de telecomunicações, que somaram, sozinhas, 19,4% da receita líquida global do setor. De acordo com Eduardo Pontes, a atividade apresentou em 2005 a maior produtividade do setor de serviços e também a maior média de salário paga aos empregados (11,3 salários mínimos).

“É uma atividade muito dinâmica, que está dentro das tecnologias de informação e comunicação, paga os melhores salários e tem a maior produtividade de todo o setor. São aproximadamente R$ 434 mil que cada pessoa ocupada adicionou na economia do setor” ressaltou Pontes.A Pesquisa Anual de Serviços também apontou diminuição na participação da Região Sudeste no setor em 2005 em comparação com o ano de 2000. As empresas da região tiveram em média queda de dois pontos percentuais em receita, participação salarial e número de empregados. As demais regiões do país registraram alta nos três indicadores de 2000 para 2005.