Ministério Público pode intervir para garantir atendimento em hospitais de Pernambuco

25/07/2007 - 19h58

Marcia Wonghon
Repórter da Agência Brasil
Recife - O Ministério Público do estado poderá intervir para garantir o atendimento a pacientes que dependemdo Sistema Único de Saúde (SUS), nas emergências de três hospitais públicos deRecife. Nos últimos dias, esses hospitais enfrentam problemas de superlotação devido àapresentação de pedidos de demissão coletiva de médicos de diversasespecialidades.

A informação foi dada hoje (25) pela promotora de defesa da Saúde, IvanaBotelho, após reunião com representantes do sindicato dos médicos e do ConselhoRegional de Medicina. “Podem ser medidas administrativas de sugestão àSecretaria estadual de Saúde, para assegurar a prestação dos serviços, ou atémesmo judiciais”, disse.

O sindicato dos médicos ficou de apresentar ao Ministério Público umdiagnóstico sobre o número de profissionais que estão desistindo de trabalharnas unidades públicas de saúde, sob a alegação de defasagem nos salários e faltade equipamentos, medicamentos e recursos humanos, indispensáveis à prestação do serviço à população.

O governo estadual, cuja proposta de aumento de 83% na gratificação dos médicos plantonistas foi rejeitada pela categoria, decidiu ingressar com ação judicial contra os especialistas que apresentaram pedidos de exoneração. “Estamos protocolando hoje umarepresentação na Procuradoria Geral de Justiça, no sentido de que que sejam apuradas práticas de infrações penais contra os médicos que abandonaram seuspostos de trabalho. Numa situação como essa, não podemos deixar de adotar providênciaspara apurar responsabilidades”, afirmou o procurador do estado, Tadeu Alencar.

Segundo o sindicato dos médicos, mais de 150 profissionais, entre cirurgiões, ortopedistas, anestesistas e clínicos, apresentaram cartas deintenção referentes a demissões. Como medida emergencial, a Secretaria de Saúdeconvocou dois médicos ortopedistas – um do Exército e outro da Polícia Militar –para atuar no plantão do Hospital da Restauração. No entanto, o número éinsuficiente para atender a demanda. O secretário estadual de Saúde, HumbertoAntunes, disse que a situação está sob controle e descartou colapsonos serviços de saúde pública.