Peritos visitam IML de São Paulo e dizem que trabalho técnico é competente

25/07/2007 - 16h04

Flávia Albuquerque
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Uma equipe do Departamento de Antropologia Forense do Rio Grande do Sul que visitou o Instituto Médico Legal (IML) de São Paulo está satisfeita com o trabalho de identificação dos corpos das vítimas do acidente com o avião da TAM. Segundo o médico Manoel Constant Neto, o objetivo da visita foi o de examinar a maneira como os peritos de São Paulo estão trabalhando e trocar experiências, além de procurar saber como os médicos legistas do Rio Grande do Sul poderiam ajudar para agilizar o processo.“Nós viemos aqui ao Instituto Médico Legal (IML) de São Paulo a convite da polícia técnica científica de São Paulo. Podemos ajudar cedendo informações, coletando material para DNA, providenciando outros dados que possam ajudar na identificação, enfim agilizando esse processo. Nosso objetivo não é o de fiscalizar”, explicou o médico, que veio a São Paulo, acompanhado da dentista legista Suzete Cavalcante.De acordo com ele, é importante que as pessoas entendam que os profissionais envolvidos no trabalho de identificação dos corpos têm consciência da dor e sofrimento das famílias. “Mas tem todo um outro lado que é o técnico e que tem que ser feito da melhor maneira. Se não for feito da melhor maneira as pessoas que eventualmente podem ter alguma repercussão disso são as próprias famílias”.Constant afirmou que os legistas do Rio Grande do Sul não têm dúvida de que o IML de São Paulo tem competência para realizar o trabalho com excelência. “Do ponto de vista técnico é importante que a população entenda que a medicina legal de São Paulo é um dos berços da medicina legal brasileira. Isso é claro que as pessoas não têm obrigação de saber, mas nós que somos da área sabemos disso”, reiterou.Sobre a quantidade de técnicos que trabalham na identificação, já questionado pelas famílias, Constant afirmou que esse tipo de trabalho não é influenciado necessariamente pelo número de pessoas que o executa. “É um trabalho extremamente especializado, não são perícias normais, são bastante complexas pelo estado em que se encontra o material para ser identificado dificulta bastante”.Segundo ele, descentralizar o trabalho prejudicaria o andamento do processo. “Se separarmos esses corpos, de repente os dados que temos em um dos centros pertence ao corpo que está em outro centro. Isso atrapalha muito o processo de identificação”. Ele lembrou ainda que o armazenamento dos corpos também deve ser feito de maneira especial, com temperaturas que mantenham o material para não prejudicar a perícia. “Tudo isso o IML de São Paulo tem condições de fazer”.Mais dois corpos de vítimas do vôo 3054 da TAM foram identificados na manhã de hoje (25) no Instituto Médico Legal (IML) de São Paulo. Segundo informações divulgadas pela Secretaria Estadual de Segurança Pública, foram identificados hoje os corpos de Kátia da Luz Escobar e Valdir Cordeiro de Moraes.