Antonio Arrais
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Na próxima quarta-feira (01), com o fim do recesso parlamentar, o Senado deve decidir sobre o futuro da representação contra o senador Gim Argello (PTB-DF), apresentada pelo P-Sol. O suplente assumiu a vaga do ex-senador Joaquim Roriz, depois de sua renúncia, no último dia 4 de julho, para escapar de processo no Conselho de Ética do Senado.Gim Argello assumiu o mandato na última sessão do Senado antes do recesso parlamentar, no dia 17 de julho, mas, mesmo assim, logo depois, o P-Sol entrou com uma representação contra ele, o que abre o processo por possível quebra de decoro parlamentar no Conselho de Ética.O senador Demóstenes Torres (DEM-GO), membro do conselho, defendeu que a Mesa do Senado encaminhe no mesmo dia 1º de agosto a representação para o Conselho de Ética, para que seja examinada a possibilidade ou não de processo por quebra de decoro contra Gim Argello.É que existe uma dúvida regimental, a ser decidida pelo conselho: se um senador pode ser processado por um crime cometido antes do início do mandato – no caso, Argello é acusado, junto com Roriz, de envolvimento em desvio de dinheiro do Banco Regional de Brasília (BRB), conforme foi apurado pela polícia civil do Distrito Federal na Operação Aquarela.O senador Demóstenes Torres disse que o Conselho de Ética deve decidir pela continuidade ou não do processo contra Argello já no primeiro dia de funcionamento do Congresso após o recesso, e disse que “se a Mesa Diretora do Senado encaminhar ao Conselho de Ética a representação do PSOL contra o senador Gim Argello, nós vamos investigá-lo o mais rápido possível”.O corregedor do Senado, Romeu Tuma (DEM-SP), que também examina possível abertura de processo contra Gim Argello, deverá receber documentação contra o novo senador da parte do juiz da 1ª Vara Criminal do DF, Roberval Belinatti, que autorizou as investigações que culminaram com a “Operação Aquarela”. A competência judicial de Roberval Belinatti cessou com a posse de Gim Argello, que só pode ser processado criminalmente pelo Supremo Tribunal Federal, onde está amparado pelo foro privilegiado.Em encontro, na semana passada, com Romeu Tuma, o advogado de Gim Argelo, o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal Maurício Corrêa admitiu que a situação do seu cliente é mais grave perante o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) do que no próprio Senado. Em agosto, o TSE vai julgar a denúncia, contra Argello e Roriz por uso da máquina pública e propaganda ilegal, acusação que atinge também o segundo suplente de Roriz, o engenheiro Marcos de Almeida Castro.