Embaixador brasileiro diz que recuperação da Rodada Doha interessa ao Brasil e aos EUA

23/07/2007 - 18h32

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A recuperação das negociações da Rodada Doha, na Organização Mundial do Comércio (OMC), é agora o ponto forte das relações entre Brasil e Estados Unidos, avaliou hoje (23) o embaixador Marcos Azambuja, vice-presidente do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri). As negociações deverão ser retomadas nesta semana em Genebra (Suíça), em torno da liberalização do comércio mundial.

"O mundo não pode viver sem uma ordem comercial internacional, não se pode fazer tantos acordos bilaterais sem que deles surja a clareza. São 200 países, o multilateralismo é útil, disse Azambuja, durante encontro promovido pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) com o embaixador norte-americano Clifford Sobel.

Para o diplomata, "a recuperação de Doha interessa tanto ao Brasil como aos Estados Unidos, é necessária". Ele acrescentou que "mesmo os Estados Unidos, com a sua potência, sabem que não podem viver em um mundo sem um ordenamento comercial internacional". E o Brasil, disse, "precisa dessa ordem, sobretudo para defender o agronegócio e pelo fato de ser atualmente um grande exportador de capitais – mudou aquela idéia de um país que protegia o seu terreiro dos outros".

Em relação à criação da Área de Livre Comércio das Américas (Alca) que integraria os países do continente, Azambuja disse que o projeto está momentaneamente descartado, "e não por causa do presidente venezuelano, Hugo Chávez, mas por ter perdido seu atrativo", embora "em política externa as coisas tenham uma tendência a voltar”. 

E sobre a relação entre Brasil e Estados Unidos, concluiu que ela "não permite mais amadorismos mal intencionados – é um jogo que requer profissionais".