Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio Neto (AM), lamentou hoje a morte do senador baiano Antonio Carlos Magalhães (BA). Virgílio mantinha relações pessoais com ACM há décadas. O pai do senador amazonense, Arthur Virgílio Filho, atuou junto com o baiano no Congresso, nos anos 60."Era muitofácil brigar com ele e ficar amigo dele. Tive momentos muitoturbulentos quando ocupei a Secretaria Geral-da Presidência da República e ele a Presidência do Senado [durante o governo Fernando Henrique Cardoso], mas nunca deixei de admirá-lo por aquela bravura deguerreiro", disse Virgílio, por telefone, à Agência Brasil. "O ACM foi uma figura polêmica, marcada por umaposição firme de confronto." Segundo Virgílio, ACM foi "decisivo" para a eleiçãode Tancredo Neves, o eleito presidente da República pelo Colégio Eleitoral, em 1984, em meio à campanha pelas Diretas Já, que marcaram a derrocada do regime militar constituído, vinte anos antes, com o apoio de figuras como o próprio ACM. Para o senador amazonense, o rompimento de ACM com ogoverno Figueiredo foi "decisivo" para impulsionar a redemocratização do país. O tucano também destacou a persistência de ACM em sua atuação no Congresso, nos últimos meses, mesmo quando ele já estava com a saúde debilitada. "Ele poderia ter tidouma sobrevida, mas optou por cumprir sua tarefa política atéo fim, abandonando o tratamento no hopital para presidir a Comissão de Constituição de Justiça do Senado."