Corte de recursos para a Aeronáutica de 2004 a 2006 foi prioridade do governo, diz ministro do TCU

20/07/2007 - 13h06

Priscilla Mazenotti
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Ocontingenciamento (corte) de R$ 522 milhões em recursos para aAeronáutica nos anos de 2004, 2005 e 2006 foi uma “questãode prioridade” do governo, disse o ministro do Tribunalde Contas da União (TCU), Augusto Nardes, em entrevista à RádioNacional.“Quem tem deavaliar isso é o governo. Na avaliação de 2004,2005 e 2006 ficou evidente que a prioridade foi cortar os recursos.Mas é evidente que, no que concerne ao sistema como um todo,houve prejuízo”. Oministro lembrou, no entanto, que os próprios integrantes da Aeronáuticajá alertavam que o corte poderia causar problemas,como atrasos em vôos. “Isso está escrito pela própriaAeronáutica alertando o governo, o ministério daDefesa, o ministério do Planejamento, que haveria esse caosnos aeroportos".Oministro reclamou da falta de respostas do governo aorelatório apresentado pelo TCU em dezembro do ano passado. “Jáencaminhamos uma série de recomendações aogoverno e estamos pedindo respostas. Recentemente estive com oministro do Planejamento [Paulo Bernardo] cobrando alguns itens que não foramrespondidos para o Tribunal de Contas da União”, disse.“Estamos cobrando que o governo tome as atitudes que recomendamoshá oito meses”, acrescentou.O plano de carreira dos controladores de vôo éum dos pontos que está no relatório e que, atéagora, não foi apresentada solução por parte dogoverno. “É extremamente importante que isso seja resolvidopara que possa dar tranquilidade para a populaçãobrasileira”, disse.Oministro lembrou que um relatório feito em 1995 jáapontava a necessidade de recuperação dos aeroportos eque foi com base nesse relatório que o Tribunal começoutrês auditorias em aeroportos administrados pela Infraero.Essas auditorias abrangeram a área de operações, de tecnologia ede segurança de vôo, apresentadas no relatório emdezembro do ano passado.Apesarde apontarem superfaturamento em alguns aeroportos, os relatóriosde auditorias do TCU, no entanto, não são conclusivos.Ainda estão na fase de ouvir a defesa das empresas acusadas desuperfaturarem as licitações. “Três aeroportosestão sendo investigados pelo Tribunal já hámuito tempo, mas não tem relatório conclusivo. Existemindícios que a unidade técnica levantou desuperfaturamento em alguns aeroportos, mas não tem aindadecisão final”.