Antonio Arrais
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro da Justiça, Tarso Genro, informou que encaminhará amanhã (18) à Polícia Federal a documentação que recebeu do primeiro vice-presidente do Senado, Tião Viana (PT-AC), relativa à defesa do presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), perante o Conselho de Ética. O objetivo é que os documentos passem por nova perícia dos técnicos da PF.A decisão de encaminhar a documentação à Polícia Federal, subordinada à pasta da Justiça, foi tomada por unanimidade pela Mesa Diretora do Senado, no início da tarde, tendo Tião Viana sido encarregado do encaminhamento ao ministro Tarso Genro.Depois de receber Viana em audiência, o ministro foi até o Palácio do Planalto, para uma reunião com Gilberto Carvalho, chefe de gabinete do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O ministro disse que não esteve com o presidente Lula, nem tratou do assunto relativo à documentação com Carvalho.Ao retornar ao Ministério da Justiça, Tarso informou que amanhã despachará a documentação recebida para a Polícia Federal fazer a perícia solicitada pelo Conselho de Ética e aprovada pela Mesa do Senado. Segundo o ministro, o trabalho da Polícia Federal ficará restrito aos quesitos solicitados pelo Conselho de Ética e pela Mesa Diretora do Senado. "Uma investigação mais ampla do que os quesitos apresentados só poderia ser feita por determinação expressa do Supremo Tribunal Federal", disse ele.Questionado se a documentação encaminhada pelo Conselho de Ética, por decisão da Mesa Diretora, teria extrapolado o próprio pedido do senador Renan Calheiros, o ministro da Justiça não respondeu diretamente, afirmando que ainda não examinou "detalhadamente os quesitos".Quanto à possível inconstitucionalidade do pedido do Conselho de Ética, argüida pelo advogado Eduardo Ferrão, representante de Renan Calheiros, Tarso Genro disse que isso não deve acontecer. "O pedido está dentro das normas legais. O que poderia ser inconstitucional seria uma investigação fora dos parâmetros solicitados pelo Conselho de Ética e do determinado pela Mesa do Senado. A lei é que vai delimitar esse parâmetro", afirmou o ministro.