Senado vai levar ao Ministério da Justiça solicitações para perícias em documentos de Renan Calheiros

17/07/2007 - 14h45

Luciana Vasconcelos
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A Mesa Diretora do Senado decidiu, por unanimidade, encaminhar ao Ministério da Justiça o pedido do Conselho de Ética de perícia nos documentos apresentados pelo presidente da Casa, Renan Calheiros.De acordo com o vice-presidente do Senado, Tião Viana (PT-AC), caberá ao ministro da Justiça, Tarso Gerno, levar o pedido à Polícia Federal. “A Mesa decide acolher a solicitação nele contida e remetê-lo ao Ministro de Estado da Justiça para entendimento no estrito cumprimento das normas constitucionais”, informou. Participaram do início da reunião a presidente do P-SOL, Heloísa Helena, e o advogado do presidente de Renan Calheiros, Eduardo Ferrão. O Conselho de Ética abriu processo contra o presidente do Senado após denúncias de que o senador Renan Calheiros teria despesas pessoais pagas pelo funcionário de uma empreiteira. Os conselheiros querem saber se o senador tem fundos para pagar pensão alimentícia informal para a jornalista Mônica Veloso, com quem tem uma filha. O pedido à Polícia Federal inclui uma relação de documentos das secretarias de Agricultura e da Fazenda de Alagoas, onde o parlamentar tem fazendas de gado. Esses documentos servirão de base para as novas perícias que podem ser realizadas pela PF. O objetivo é saber se realmente ocorreram as vendas de gado declaradas por Renan ao justificar a origem do dinheiro usado para pagar a pensão.Ao presidente do Senado, foram solicitados o livro-caixa por cada propriedade rural, talonários de origem das notas fiscais e ficha cadastral do rebanho entre 2003 e 2006, por propriedade rural, referente ao controle do estoque de gado. Dos três relatores no Conselho de Ética - Marisa Serrano (PSDB-MS), Renato Casagrande (PSB-ES) e Almeida Lima (PMDB-SE) - o representante de Sergipe foi o único que se opôs ao pedido. Para ele, não cabe à Polícia Federal investigar o senador, só o Supremo Tribunal Federal pode dar a autorização. Já para Renato Casagrande, o pedido é de colaboração técnica e não se trata de uma investigação. “A Polícia Federal não vai fazer investigação. Vai avaliar documentos”, justificou.