Marcos Agostinho
Da Agência Brasil
Brasília - Cerca de mil jovens festejaram hoje (17) a conclusão da quarta etapa do Consórcio Social da Juventude do Distrito Federal e Entorno. O programa é uma parceria de várias organizações não-governamentais (ONGs) e do governo federal, com recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), para qualificar jovens na faixa etária de 16 a 24 anos.”O consórcio é uma tentativa das ONGs de estender a ação governamental, ou seja, de fazer com que o Plano Nacional de Estímulo ao Primeiro Emprego chegue, principalmente, ao jovem mais vulnerável, morador de periferias, regiões mais complexas do ponto de vista social", explicou Sidclei da Silva, coordenador do programa em Brasília.Para Ronaldo Lessa, ministro interino do Trabalho, “seria impossível para o Estado implementar sozinho esse trabalho, pela característica burocrática que impediria a aplicação prática – as ONGs servem como instrumentos capilares da renda, democratizam o acesso a essas funções e sem esse processo de capilaridade democrática, o programa não teria sucesso". Os convênios firmados têm duração de um ano e as instituições devem atender a um mínimo de 2 mil jovens, com 30% deles encaminhados ao mercado de trabalho. Os cursos são de 400 horas, ou cinco meses, e incluem desde qualificação para garçom, panificador ou confeiteiro, até para técnicos em manutenção de microcomputadores. "Nós tentamos adequar os cursos à realidade do local onde esse jovem reside", disse Sidclei Silva. Ele explicou que, enquanto aprendem, os jovens recebem bolsa no valor de R$ 120 e prestam serviços comunitários e voluntários em hospitais, asilos e creches. A maior procura, acrescentou, é para a área de informática e 70% das vagas se destinam aos que não concluíram o ensino médio. Marcus Vinícius, supervisor das oficinas da ONG Cata-Vento na cidade-satélite de Sobradinho 2, disse que a principal dificuldade enfrentada pelos jovens são os baixos níveis de educação e de auto-estima. “Quando falamos em educação, estamos falando também de acesso à cultura e os jovens da periferia estão excluídos das possibilidades de crescimento, então precisamos lutar para ter livre acesso a locais difusores de educação, capacitação e cultura”, disse. Na formatura, um representante de cada instituição recebeu seu diploma do ministro interino. Os demais jovens receberão os comprovantes de conclusão do curso na própria instituição. A primeira etapa do Consórcio, realizada no Distrito Federal em 2003, qualificou cerca de 2,5 mil jovens. No país, o programa já totaliza 85.723 atendidos e qualificados.