Presidente afirma que não vai mexer na economia para ter de voltar atrás

17/07/2007 - 16h14

Carolina Pimentel
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Ao discursar na reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou hoje (17) que é preciso reconhecer o bom desempenho da economia para exigir novos pedidos. Lula garantiu também que não vai mexer na economia para ter de voltar atrás."Reconheçam isso para a gente exigir as outras coisas que precisam ser feitas", disse o presidente aos conselheiros, no Palácio do Planalto. "Eu nunca tive oportunidade de discutir economia neste país sem que a gente não tivesse primeiro que discutir a maldita inflação. Depois a inflação foi embora, ficamos discutindo a maldita dívida externa. Depois, ficamosdiscutindo o maldito FMI [Fundo Monetário Internacional] e os malditos juros. A verdade é que tudo isto está se exaurindo", acrescentou.Durante a reunião, os conselheiros apresentaram ao presidente relatório sobre a reforma tributária. Um dos pedidos é a desoneração, além cesta básica, dos medicamentos e dos bens essenciais, "na importação de equipamentos específicos para uso de pessoas portadoras de deficiência física". Os conselheiros solicitaram ainda a ampliação das alíquotas na cobrança do Imposto de Renda e a redução progressiva da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), que, segundo eles, deveria ser apenas usada apenas para o controle fiscal.O presidente voltou a afirmar que não mexerá na economia de formaintempestiva, nem mesmo para conter a queda do dólar frente ao real. "Agente sabe que por mais que a situação esteja tranqüila [da economia],nós não vamos rasgar nota de cem [reais]. Não vamos dar nenhum passo quepossa significar amanhã um tropeço maior, a gente quebrar a cara evoltar atrás".O presidente voltou a defender o programa de biocombustíveis dascríticas de que o combustível verde pode afetar a produção mundial dealimentos ou aumentar o desmatamento da Amazônia. "Esse [biocombustível]será um acontecimento inexorável. Podem chorar, podem brigar, podemcontestar, podem contar mentiras contra o Brasil, podem inventar o quequiserem. Nos próximos 20 anos, o biocombustível será uma realidade noplaneta Terra". No dia 16 de agosto, o grupo de trabalho do CDES sobre bioenergia terá aprimeira reunião em Brasília. Os objetivos da comissão são: discutirviabilização dos investimentos públicos e privados no setor, relações detrabalho, regulação governamental, problemas nas etapas de produção e ofortalecimento das cooperativas e da agricultura familiar.