Marcia Wonghon
Repórter da Agência Brasil
Recife - O coordenador-geral deMaricultura da Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca(Seap), Felipe Suplicy, disse que o cultivo de algas, moluscos ecrustáceos em unidades de conservação, oschamados parques aqüícolas, pode ser uma saídapara a fixação de comunidades nos seus locais deorigem. Ele participou hoje (17) do 1º Seminário sobreAqüicultura e Pesca de Pernambuco.De acordo com Suplicy, o governofederal está tentando viabilizar alternativas de geraçãode trabalho e renda para as comunidades que vivem do extrativismo derecursos costeiros no Nordeste, como marisco e caranguejo, que sãofinitos.“Existe uma série de açõesem andamento, como a elaboração de planos locais dedesenvolvimento da maricultura [criação de espéciesmarinhas], que é um instrumento de planejamento paradefinir áreas propícias a exploração daatividade, considerando todos os usuários dos recursoscosteiros onde há pesca, lazer, navegação eturismo”, disse o coordenador. Segundo ele, estão sendoinstituídos comitês estaduais para monitorar odesenvolvimento da atividade de forma sustentável.Felipe Suplicy informou que o PlanoNacional de Expansão da Maricultura abrange seis estados e 51municípios, ao longo da costa do Brasil.O presidente da AssociaçãoBrasileira de Criadores de Camarão (ABCC), Itamar Rocha, disseque a produção nacional desse crustáceo continuaem declínio. De acordo com ele, as vendas externas caíram42% este ano, em comparação a receita obtida com areceita em 2003. “O quilo do camarão de 11 gramas eravendido há quatro anos atrás por valor equivalente aR$11 e baixou para R$ 5 este ano”, comentou.Ele afirmou que é preciso umincentivo financeiro principalmente para que pequenos produtorespossam transformar a atividade em oportunidades de negócios,geração de renda e divisas.O diretor geral da Agência deDesenvolvimento do Nordeste, Zenóbio Vasconcelos, afirmou queo Brasil tem condições de recuperar, por meio do uso doconhecimento científico, a perda da oferta de recursosmarinhos seguindo o exemplo do Chile. Pelos números da Seap, oBrasil produz perto de 300 mil toneladas anuais de pescado emaqüicultura (criação), matade da produçãochilena.Estratégias para incentivar ocultivo de organismos aquáticos marinhos no Nordeste, aexemplo de ostras e camarões, serão debatidas atéquinta-feira (19) no seminário, na capital pernambucana, porrepresentantes de universidades, instituições depesquisa e associações de pescadores.O evento é promovido pelaSeap, em parceria com a Agência de Desenvolvimento do Nordeste(Adene) e o Instituto de Tecnologia de Pernambuco (Itep). Aprogramação inclui apresentações depropostas para elaboração de uma políticaregional de incentivo à maricultura, com objetivo de promovera sustentabilidade regional da atividade.