Daniel Lima
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Os trabalhadores que optarem pelo Fundo de Investimento do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) não terão assegurado nenhum tipo de rendimento, segundo o secretário-Executivo do Conselho Curador do Fundo, Paulo Furtado. "Se micar, perdeu dinheiro", resume Furtado. O FGTS atualmente investido pelo trabalhador com carteira assinada paga a Taxa Referencial (TR, utilizada para reajustar poupança), mais juros de 3% ao ano. Com o novo Fundo de Investimento do FGTS, o trabalhador com carteira assinada pode optar em investir seu dinheiro em obras de infra-estrutura. Mas, segundo Furtado, "se fizer a opção, corre todos os riscos de qualquer investidor".O Fundo de Investimento em infra-estrutura com recursos do FGTS está previsto no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Inicialmente, R$ 5 bilhões do patrimônio líquido do Fundo devem ser destinados ao Fundo de Investimento. O patrimônio líquido está hoje em aproximadamente R$ 22 bilhões, informou o secretário. Ou seja, se todos os trabalhadores sacassem seus recursos do FGTS ainda sobraria esse montante.Paulo Furtado também informou que o trabalhador não vai poder escolher a obra onde fará o investimento. Segundo ele, haverá um "fundo-mãe" constituído de ativos ligados às diversos empreendimentos destinados às obras de infra-estrutura. Desse existirão vários outros que disponibilizarão cotas do fundo principal aos trabalhadores, que deverão escolher quais os mais vantajosos.Técnicos do governo, como os funcionários do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e da Caixa Econômica Federal vão avaliar as obras que receberão os recursos e consultorias externas analisarão os riscos dos empreendimentos. "Tudo isso são medidas que diminuirão a exposição a riscos", Ontem, o Conselho Curador esteve reunido e aprovou uma resolução a ser publicada ainda estabelecendo as diretrizes, os critérios e as condições dos investimentos a serem feitos pelo fundo de investimento do FGTS.É a primeira etapa para a criação do Fundo de Investimentos segundo o secretário Paulo Furtado. O segundo passo vai ser o "disciplinamento" desse fundo pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A terceira e última etapa para que o fundo comece a funcionar é a regulamentação, que conterá as regras, os mandatos para o gestor e para o administrador do fundo, os ativos.