Líder do PSDB não quer parlamentares do PMDB na direção e relatoria do Conselho de Ética

29/06/2007 - 20h54

Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio Neto (AM), defendeu hoje (29), em nota à imprensa, o afastamento temporário da presidência ou da relatoria do Conselho de Ética de qualquer senador "ligado ao partido do senador Renan Calheiros", o PMDB. Candidato à presidência do colegiado, Arthur Virgílio foi vencido pelo peemedebista Leomar Quintanilha (PMDB-TO), por nove votos contra seis.Renan Calheiros é investigado pelo Conselho de Ética por denúncias de que teria as contas pessoais pagas por um funcionário da Construtora Mendes Junior. Desde que as investigações tiveram início, o processo já passou pelas mãos de dois relatores - Epitácio Cafeteira (PTB-MA), que afastou-se do cargo por motivos de saúde, e Wellington Salgado (PMDB-MG), que renunciou poucas horas depois de assumir por não concordar com o aprofundamento das investigações.O senador Sibá Machado (PT-AC) renunciou ao cargo de presidente do conselho por considerar que não tinha mais condições de conduzir os trabalhos. Por uma semana, o então presidente esperou que os líderes dos partidos de coalizão do governo, que tem maioria no colegiado, indicassem um nome para substituir o senador Wellington Salgado, o que não ocorreu.Durante o processo de eleição do novo presidente, o senador Leomar Quintanilha convidou o colega Renato Casagrande(PSB-ES) para a relatoria. Depois de aceitar o cargo, Casagrande foi desconvidado ontem (29) por Quintanilha.Na nota, Arthur Virgílio convoca para terça-feira (3), às 10 horas, reunião com a bancada no gabinete da liderança do PSDB "para tomar posição, de forma madura, pensada e definitiva, à altura exigida pela situação, a fim de manter preservadas as instituições Senado Federal e Congresso Nacional".O primeiro relator do processo, Epitácio Cafeteira, também divulgou nota à imprensa. Ele defendeu que o presidente do conselho coloque em votação o seu relatório, já apresentado, e que sugere o arquivamento das denúncias. "Cabe, agora, ao novo presidente do Conselho de Ética colocar em votação o relatório que já foi lido e apresentado para que os membros do conselho o aprovem ou rejeitem, concluindo, desta forma, o referido processo".