Monique Maia
Da Agência Brasil
Brasília - O Congresso Brasileiro começou a debater hoje (25) formas de evitar que crianças e adolescentes sejam vítimas de violência sexual e doméstica e entrem em situações de conflito com a lei. Para isso, parlamentares e representantes da sociedade civil de seis países (Brasil, Paraguai, Uruguai, Argentina, Venezuela e Chile) estão no 1º Encontro Parlamentar Latino-Americano pela Infância, que ocorre até amanhã (26) no plenário 11 do anexo 2 da Câmara dos Deputados, em Brasília.Para a representante do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) no Brasil, Marie-Pierre Poirier, esse é um novo modelo de articulação que não envolve interesses comerciais e prioriza o intercâmbio de informações em benefício da criança e do adolescente. “O direito da criança é uma realidade para cada país, mas me parece que a troca solidária de experiências dentro da América Latina pode ser muito frutífera, fazendo com que os países coloquem os direitos humanos de maneira muito mais concreta e a criança, como primeira pauta”.Na opinião do presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados, Pedro Wilson (PT-GO), não basta trocar experiências, é preciso elaborar uma legislação comum. “Estamos tão próximos e cada vez mais o Brasil está se relacionando com os países latino- americanos. Temos interesses comuns em defender nossas crianças e adolescentes do tráfico para exploração sexual, do trabalho escravo infantil e da pedofilia”.No entanto, de acordo com a representante da organização não-governamental Save The Children, Denise Stuckenbruck, é preciso que tais assuntos sejam debatidos não apenas quando levantam polêmicas. “Normalmente, o parlamento só se ocupa em discutir sobre crianças e adolescentes quando surge algum problema. A gente tem visto raras iniciativas de se pensar políticas públicas para atender e garantir a proteção desses jovens”.O evento é organizado pela Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente, em parceria com a Save the Children – Suécia e a Comissão de Direitos Humanos e Minorias.