Refugiados "não são bandidos", diz coordenadora do Comitê Nacional

24/06/2007 - 19h33

Ana Luiza Zenker
Da Agência Brasil
Brasília - A coordenadora do Comitê Nacional para Refugiados (Conare), Nara Conceição da Silva, define os refugiados como pessoas que necessitam de proteção internacional, pelo temor justificado de sofrer perseguição, seja por raça, religião, opinião política ou por causa do grupo social a que pertencem. Mas ressalva: “Refugiados não são bandidos, são pessoas que necessitam de proteção internacional, pessoas que cometeram crime nos seus países não são considerados refugiados. É muito bom todo mundo saber que o refugiado é um cidadão comum, como qualquer um de nós e que tem aquela dor de ser obrigado a sair do seu país de origem, porque não há nada pior do que você ficar longe das suas raízes, da sua língua, da sua família, da sua cultura e tentar resgatar essa auto-estima, tentar resgatar essa cidadania em outro país”. Nara Conceição diz que o Brasil tem uma das leis mais modernas e acolhedoras, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU). E que o povo brasileiro tem se mostrado solidário para os refugiados. No país, existem pouco menos de 3.400, de 69 países. A maior parte deles vem de países africanos e segundo a coordenadora, muitos não escolhem vir para o Brasil. “A maioria dessas pessoas chega ao país em navios, sem documentos. E muitas vezes pensa que chegou aos Estados Unidos, ao Canadá. São pessoas que nem sabem aonde estão chegando”, lembrou. Ela informou que cerca de 400 refugiados que vivem hoje no Brasil são da Colômbia, metade deles vindos pelo programa de Reassentamento Solidário, que realoca refugiados não seguros no primeiro país de acolhida. Para Nara Conceição, esse número, que ela considera pequeno, se deve à dificuldade que muitas pessoas têm de chegar ao Brasil. Se for levada em conta a extensão do território brasileiro, acrescenta, o número total de refugiados no país pode ser considerado “ínfimo”. Como comparação, ela citou o Equador, que tem cerca de 2.500 refugiados colombianos.Nara Conceição lembrou ainda que depois de seis anos de permanência no país, o refugiado já pode pedir a cidadania brasileira.