Gestão é o principal inibidor do desenvolvimento dos portos, aponta associação

23/06/2007 - 15h02

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O presidente da Associação Brasileira de Terminais Portuários (ABTP), Wilen Manteli, defende a despolitização das administrações portuárias, a fim de "transformar esse modelo arcaico em uma administradora moderna, flexível, sem interferência político-partidária, com profissionais contratados no mercado, que tenham mentalidade para negócios internacionais e possam transformar o porto em fator de desenvolvimento regional".Em entrevista à Agência Brasil nesta semana, ele resumiu: "Existem recursos, falta gestão portuária e esse é o principal problema". Também vice-presidente da Comissão Portos, que reúne cerca de 50 entidades direta ou indiretamente interessadas no desenvolvimento do comércio exterior e cujas ações se destinam ao aumento da eficiência no setor portuário, Manteli informou que a segunda medida necessária para a revitalização é a que se refere à dragagem. O custo diário de um navio nos portos brasileiros, dependendo do tamanho, varia de US$ 30 mil a US$ 100 mil, explicou. E acrescentou: “São milhões de dólares que saem da indústria, do setor produtivo, e que vão cada vez mais prejudicando a competitividade dos nossos produtos lá fora”.Na quarta-feira (20), na Associação Comercial do Rio de Janeiro, o ministro Pedro Brito, da Secretaria Especial de Portos, revelou que no início de julho começarão a ser anunciados os nomes de profissionais técnicos que ocuparão as sete Companhias Docas, responsáveis pelas operações portuárias no país. Ele informou que a questão da dragagem exige parceria com o setor privado e mudança do atual sistema, que é por produto – passaria a ser por resultado. E defendeu a concessão do serviço por cinco anos, prorrogáveis por mais cinco.A Câmara dos Deputados deverá votar na próxima semana a medida provisória 369, que cria a Secretaria Especial de Portos e está trancando a pauta desde ontem (22).