Alex Rodrigues
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O tráfego aéreo só deverá voltar à normalidade na noite de amanhã (22), segundo o brigadeiro José Carlos Pereira, presidente da Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero). "Hoje está um pouco pior do que ontem. Aos poucos, com bastante lentidão, o tráfego aéreo está voltando ao normal. Mas isso é reflexo dos episódios dos dois últimos dias. Acredito que só amanhã, no início da noite, nós tenhamos um quadro de normalidade. Isso se nada mais acontecer", afirmou.Balanço divulgado pela Infraero aponta que de zero hora às 18h30 de hoje (21) houve atrasos de mais de uma hora em 562 dos 1.475 vôos programados. No início da noite, a Força Aérea Brasileira (FAB) divulgou nota informando que oCindacta (Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle do Tráfego Aéreo) 1 está funcionando com o número de monitores previsto, semespecificar quantos seriam. Segundo o Centro de Gerenciamento daNavegação Aérea (CGNA), as decolagens de São Paulo e Rio de Janeiro comdireção ao espaço aéreo sob responsabilidade do Cindacta 1 sofrem restrições devido ao volume de tráfego acumulado, mas não há restrições nos demais centros de controle. O chefe do Centro, tenente-coronel aviador Gustavo Adolfo Camargo de Oliveira, havia informado, à tarde, que três dos cinco consoles não teriam funcionado e, por isso, a Aeronáutica estabelecera um intervalo de tempo maior entre os vôos.As autoridades responsáveis pelo setor, explicou o brigadeiro JoséCarlos Pereira, aplicam uma equação no cálculo do tempo necessário paraque o tráfego aéreo se restabeleça: “Multiplicamos por cinco o tempo deuma interrupção, qualquer que seja o motivo. Se tivermos cinco horas deproblemas, serão necessárias 25 horas para os principais aeroportosretornarem à normalidade”.
A Infraero, segundo ele, procura "ajudar as companhias aéreas, que num momento assim ficam muito tumultuadas e também buscamos facilitar a vida dos passageiros, com especial atenção para idosos, gestantes, crianças e deficientes físicos". Pereira resumiu que o papel da estatal é "basicamente apagar incêndio", após informar que "por razões de segurança, aumentamos a vigilância e colocamos todo o efetivo da empresa de serviço – a concentração de pessoas é atrativa para os bandidos”.
Ele informou ter sido avisado pelo Comando da Aeronáutica dos problemas iniciados na terça-feira (19), como a necessidade de substituir cinco monitores (consoles) do Cindacta 1 em Brasília. “Isso leva tempo. É preciso calibrar e fazer uma série de procedimentos. As decolagens foram suspensas, afetando principalmente São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília. Isso acabou provocando um imenso engarrafamento de aeronaves”, contou. E lembrou que quando a situação começava a melhorar, um problema de comunicação no Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek forçou a interrupção das decolagens de alguns terminais por mais de uma hora.