Luiza Bandeira
Da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Técnicos do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura do Rio de Janeiro (Crea-RJ) advertiram hoje (21) que as instalações esportivas que sediarão os Jogos Pan-Americanos não estão adaptadas para deficientes. Durante os últimos três dias, uma equipe visitou sete locais de competição. Os técnicos analisaram os acessos, as condições do local reservado ao cadeirante e ao obeso, a adaptação para deficientes visuais e os sanitários. O coordenador dos projetos de acessibilidade do Crea, Itamar Kalil, afirmou que nenhum dos locais de competição é completamente acessível para os deficientes. Uma das situações que considerou mais preocupantes é a do Complexo do Maracanã onde, de acordo com ele, as rampas de acesso são muito longas e não têm corrimão, contrariando as regras da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Faltam também guarda-corpos, barras instaladas no chão para garantir que as cadeiras fiquem seguras e barras de segurança nos banheiros. No Riocentro, onde serão realizadas as partidas de futsal e handebol, o espaço reservado para os cadeirantes, segundo o arquiteto, fica no nível da pista, tornando impossível para eles assistir ao jogo se alguém ficar de pé no campo. "Eu diria que 60% das condições foram atendidas. Restam algumas, críticas, como essa do Riocentro. Se mantiverem essa mesma localização [dos deficientes] na arena, eu diria que ela é zero de acessibilidade do ponto de vista do cadeirante", ressaltou. Além dos estádios do Maracanã e Maracanãzinho, e do Riocentro, os técnicos do Crea visitaram o João Havelange, no Complexo de Deodoro, a Arena Multiuso e o Parque Aquático Maria Lenk. Segundo Itamar Kalil, nenhum desses locais de competição tem sinalização para o deficiente visual. Os vestiários dos locais onde haverá disputas do Parapan também não estão adaptados mas, segundo ele, os organizadores da competição informaram que haverá uma reforma no período entre o Pan e o Parapan.O arquiteto do Crea informou que até quarta-feira (27) será elaborado relatório sobre a situação, a ser encaminhado aos setores do poder público responsáveis por cada um dos espaços visitados e aos Ministérios Públicos Federal e Estadual.