Juliana Andrade
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro da Secretaria de Comunicação Social, Franklin Martins, afirmou hoje (21) que a nova televisão pública a ser criada no país não copiará nenhum modelo estrangeiro e será “genuinamente brasileira”. “A TV vai se chamar TV Brasil e vai ser uma TV brasileira”, frisou o ministro, em entrevista antes de participar da abertura do Encontro Nacional de Comunicação, na Câmara dos Deputados.Franklin ressaltou que a TV pública será adequada à realidade do Brasil, “um país onde existe pluralidade, diversidade, debate de opiniões, liberdade de imprensa e absoluto funcionamento das instituições democráticas, sem copiar modelo nenhum, evidentemente aprendendo com os erros e com os acertos de outras experiências, mas sem copiar modelo nenhum”.O ministro reiterou que até agosto o governo pretende enviar ao Congresso Nacional uma proposta para a criação da nova televisão pública e que ainda não está definido se será por medida provisória ou projeto de lei. Segundo ele, o governo estuda o formato jurídico da nova estrutura, que terá como ponto de partida a fusão entre a Radiobrás e a Associação de Comunicação Educativa Roquette Pinto (Acerp).“A preocupação do governo é conseguir herdar todos os direitos e patrimônio das empresas que estão sendo fundidas nessa nova instituição”. De acordo com Franklin Martins, inicialmente o governo federal deverá investir R$ 350 milhões na TV pública, o que, segundo ele, é o orçamento mais baixo de uma TV comercial no Brasil. Atualmente, a Radiobrás e Acerp têm juntas um orçamento de cerca de R$ 200 milhões para a produção de conteúdo para emissoras de TV, rádios e internet, além de produtos e serviços elabarados para o governo federal.“O governo vai botar mais recursos, vai modernizar, vai investir e ao mesmo tempo essas televisões estarão dentro de uma parceria com um conjunto de TVs públicas espalhadas Brasil afora, constituindo uma rede, isso também vai valer para as rádios”. Franklin também reafirmou que a TV pública não se guiará nem pela lógica comercial nem pela estatal.“O que nós queremos não é só uma TV pública mas uma rádio pública que faça uma comunicação pública de modo geral, que tenha entretenimento, cultura, que não se movimente pela lógica comercial e nem pela lógica estatal, mas procure debater, aprofundar, criticar, inovar, fazer uma porção de coisas que hoje a gente não vê na televisão brasileira e que existem em todos os países sérios do mundo”.Para o ministro, a criação da TV pública também deverá provocar mudanças nas TVs comerciais brasileiras. “Eu acho que existe uma disputa na área de TV comercial. E a TV pública vem jogar um papel complementar dentro disso, eu acho que ela vai colocar preocupações, espelho, novidades, de uma certa forma elementos novos que vão obrigar também a TV comercial a se mexer um pouquinho, está meio paradona”.O Encontro Nacional de Comunicação é preparatório à 1ª Conferência Nacional de Comunicação, que deverá ser realizada no ano que vem. Até amanhã (22), parlamentares e representantes do governo federal e da sociedade civil discutirão questões relacionadas aos objetivos, temas e estrutura organizacional da conferência.