Roberta Lopes
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A empresáriaSilva Pfeiffer reiterou hoje (21) à ComissãoParlamentar de Inquérito do Apagão Aéreo do Senado suas denúncias de que existiriam esquemas de corrupção ligados a obras deaeroportos administrados pela Empresa Brasileira de Infra-EstruturaAeroportuária (Infraero), incluindo-se o favorecimento de empresasde publicidade por funcionários da empresa. Sílvia erasócia da empresa Aeromídia, que mantinha contratosde veiculação de mídia com a Infraero. Segundo a empresária, esse esquema seria operado em aeroportos como os deBrasília, Curitiba, Rio de Janeiro e Maceió. De acordocom a empresária, os maiores favorecidos com os esquema eram funcionários da Infraero que recebiam propina para beneficiarempresas em licitações. O superintendente da Infraero no Paraná, Mario Macedo, éacusado pela empresária de beneficiar empresas em licitaçõesda Infraero. A Aeromídia fez vários pagamentos aosuperintendente, segundo ela. “Forampassados valores para pagar a faculdade da tia do superintendente[Mario Macedo], Ana Carolina Macedo. Na época era pagomensalmente, foram feitos vários depósitos para MarioMacedo na conta de sua esposa, Idelbrandina Macedo. Sãovalores de R$ 20 mil, R$ 4 mil e R$ 10 mil”, disse.Ela também citouo nome de Arlindo Lima Filho, diretor comercialda Infraero em Curitiba. Segundo Pfeiffer, ele recebiacomissões por meio de seu filho. “Foi um contrato de trêsmeses da Cultura Inglesa. O filho dele [de Arlindo] era funcionárioda Aeromídia e, por meio de seu filho, Arlindo, recebia ascomissões. Arlindo indicava clientes para a Aeromídia por meio do filho”, afirmou. Ao ser questionada se tinha comoprovar a acusação, ela afirmou que tem o contrato queprova esse favorecimento. Outro funcionárioda Infraero citado por Sílvia foi Eurico Loio, assessor especial do presidente da Infraero, que à época era CarlosWilson. A empresária o acusou de montar esquemas defavorecimento em licitações. “Ele era um assessorespecial, mas era mais do que um diretor de engenharia, coordenava e fazia distribuição de obras e montava osconsórcios de empresas inclusive”, disse. Ela também acusou Loio defavorecer um consórcio de empresas para ganhar licitaçãode uma obra de saneamento no aeroporto do Galeão, no Rio deJaneiro. Entre as empresas que faziam parte do consórcio está a Sembra, da qual Marcelo Stephanes era o presidente. De acordo com a empresária, Marcelo é filho do ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes. Além do assessor especial, Sílvia acusou adiretora de engenharia da Infraero em Brasília, Eleuza Terezinha Lores,de participar de esquemas de favorecimento de licitaçõesjunto com Loio. O relator da CPI,senador Demóstenes Torres (DEM-GO), irá pedir à PolíciaFederal a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônicode Pfeiffer e das pessoas denunciadas por ela durante seudepoimento. Sobre as denúnciasfeitas pela empresária, o senador disse que é precisoter cautela. “Tudo o que ela disse, vamos procurar checar atravésde informações da Ministério PúblicoFederal, da Polícia Federal e do Tribunal de Contas da Uniãoe as quebras de sigilo”, afirmou.A CPI ainda vai ouvirSílvia na próxima terça-feira, pois o depoimento teve de ser interrompido porque a empresária passou mal.