Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O senador Demóstenes Torres (DEM-GO), membro do Conselho de Ética, afirmou que a Constituição Federal é clara quando estabelece quequalquer investigação criminal contra um senador só pode ser realizadacom autorização prévia do Supremo Tribunal Federal (STF). Entretanto, segundo ele, esse conceito deve ser interpretado como "amplo" no caso dainvestigação por quebra de decoro.Atualmente, o presidente doSenado, Renan Calheiros, enfrenta um processo por quebra de decoro no Conselho de Ética. O desafio dos conselheiros,na próxima semana, será justamente definir os critérios que o órgão tem de adotar para investigar as denúncias de que Renan teria recebido recursos de um funcionário da construtora Mendes Júnior para pagar contas pessoais.Parte dos membros do conselho defendem que as perícias realizadas pela Polícia Federal nos documentos encaminhados por Calheiros devem ater-se a sua autenticidade. Outros, como Demóstenes Torres, argumentam que o Conselho de Ética tem prerrogativa para solicitar investigações mais amplas como análises fiscais e contábeis das notas fiscais e recibos apresentados por Renan Calheiros. "Podemos fazer tudo que não implique em quebra de sigilo. Se tiver que entrar em questões bancárias, só se a pessoa [presidente do Senado] quiser fornecer", acrescentou.