Brigadeiro condiciona aumento do número de vôos à contratação de novos controladores

20/06/2007 - 19h07

Roberta Lopes
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Os pedidos de companhias aéreas para aumento do número de vôos nos aeroportos do Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília  correm o risco de não ser aprovados porcausa da falta de controladores para operar as linhas extras. A afirmação foi feita hoje (20) pelo diretor Departamento deControle do Espaço Aéreo (Decea),major-brigadeiro-do-ar Ramon Borges Cardoso, durante audiência na Comissão Parlamentar de Inquérito(CPI) do Apagão Aéreo do Senado. “Se houvernecessidade de incremento de tráfego aéreo, umcrescimento de tráfego, tenho dificuldades de aprovar essecrescimento, porque não tenho controladores para suprirtodas as posições”, disse o brigadeiro. Ele explicou que,quando um pedido de vôo extra em algumaeroporto chega ao departamento, é analisado em conjunto com a AgênciaNacional de Aviação Civil (Anac), para verificar "se é possível que aquele vôo aconteçano local e no momento desejados". Isso porque, em aeroportos como o deCongonhas (SP), não é possível, em determinadoshorários, aumentar o número de vôos, porque o pátiodo aeroporto já está operando com capacidade máxima.Segundo Cardoso, não será possível aumentar, este ano, onúmero de vôos em aeroportos como os do Rio, São Paulo e Brasília, porque jáestão operando no limite da capacidade. “Enquanto nãotivermos controladores, esse número não poderáser aumentado”, disse ele. No caso dos aeroportos do Sul e doNordeste, entretanto, ainda há condições de aceitar pedidosde vôos extras.O diretor do Decea informou que o déficit de controladores é de 600 profissionais e que, até o fim deste ano, devemcomeçar a trabalhar no controle do espaço aéreomais 300. No próximo ano, devem se formar mais 319controladores militares. A partir de 2009, deverão ser formados160 novos controladores por ano.Cardoso disse que, além de contratar mais controladores devôo para atender o crescimento do número de aeronaves,é preciso aumentar a infra-estruturaaeroportuária no país. “Em termos de infra-estrutura, nósainda carecemos de quantidade de aeroportos suficientes para poderatender a demanda, e há expectativa de maior crescimento dademanda para este ano e o próximo". Com isso, disse ele, seránecessário criar novos terminais depassageiros, modificar e construir pistas de pouso e decolagem  nos locais onde já está saturando o tráfego. De acordo com o brigadeiro, esse aumento da infra-estrutura não pode serfeito isoladamente pelo Comando da Aeronáuitca. A decisão tem de sertomada em conjunto com a Empresa Brasileira Infra-EstruturaAeroportuária (Infraero), Anac, União, governosestaduais e municipais. “Nenhum desses atores pode tomar umadecisão isolada. Se não for acompanhada pelos outros,isso não representará nenhum ganho como um todo para otransporte aéreo”, afirmou.