Alimentos e vestuário provocam nova alta de preços em São Paulo, aponta Fipe

20/06/2007 - 0h55

Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - A inflação na cidade de São Paulo, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC), manteve atrajetória de alta na segunda prévia deste mês de junho, de acordo comos dados apurados pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).A alta no índice passou de 0,4% para 0,49%. As maiores elevações ocorreram nosgrupos de alimentos (+1,61%) e devestuário (+ 0,13%), que reverteu a taxa negativa (-0,03%).De acordo com o coordenador da pesquisa, MárcioNakane, o curto período de frio, entre o final de maio e começo destemês de junho, aqueceu as vendas das roupas e outros artigos devestuário da moda outono/inverno. No caso dos alimentos, Nakaneinformou que o principal item a pressionar a taxa é o leite “como vemocorrendo há algum tempo”.Ele salienta que “são vários os fatores”para a alta no produto na média em 9,04%. Além da quebra de safra dedois grandes produtores, Austrália e Argentina, o que tornou o leitemais competitivo no mercado internacional, o custode produção aumentou.“O milho usado na composição, por exemplo, do farelo queserve à alimentação das vaquinhas subiu e nessa época tem a redução naoferta de pastagens.”O economista da Fipe disse ainda que, além do reflexo dealta sobre o leite in natura, houve repasse de majoração na média de3,1% para os derivados de leite, como os queijos e requeijão.Nakane destacou também que a pressão sobre o IPC foi de certaforma compensada pela queda de 8,04% no preço do álcool combustível.Isso fez com que se revertesse a alta de 0,11%, registrada no GrupoTransporte, na primeira prévia, para um recuo de 0,03%.Os demais grupos pesquisados na segunda préviaapresentaram as seguintes oscilações: Habitação passou de 0,21% para0,19%; Despesas Pessoais, de 0,38% para 0,41%; Saúde, de 0,25% para0,17% e Educação de 0,10 para 0,06%. Na projeção da Fipe, o IPC dejunho deverá ficar entre 0,5% e 0,6%.