Crescimento "fraco" da indústria não beneficia a sociedade, diz economista

13/06/2007 - 18h30

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O economista Luiz Gonzaga Belluzzo, da Universidade de Campinas (Unicamp), disse que pode ser considerado "fraco" o desempenho da indústria no resultado do Produto Interno Bruto (PIB, a soma das riquezas do país), divulgado hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No primeiro trimestre, a indústria cresceu 3% em relação a igual período do ano passado e manteve-se estável (alta de 0,3%) na comparação com o último trimestre de 2006. O crescimento apurado para o PIB foi de 4,3%, comparado ao primeiro trimestre de 2006, e de 0,8%, em relação ao trimestre passado.

Belluzzo observou que “quando a indústria cresce pouco, ela puxa o crescimento do PIB para baixo”. O resultado do trimestre, analisou, mostra que “na verdade, a demanda nominal cresce e a indústria cresce mais baixo, por causa do câmbio, em grande medida”.

De acordo com o IBGE, a alta do PIB foi puxada pelo setor de serviços, que cresceu 1,7% na comparação com o último trimestre de 2006 e 4,6%  em relação ao primeiro.

Para o economista, os números do PIB não trarão benefícios à sociedade, uma vez que “quem tem mais capacidade de gerar empregos de mais qualidade e renda é o setor industrial, e os dados revelam muito dessa situação".