ONG baiana apresenta experiência com jovens da periferia no Encontro de Cultura Colaborativa

12/06/2007 - 21h48

Juliana Andrade
Enviada especial
Salvador - Jovens da periferia de Salvador têm a oportunidade de exercitar a cultura colaborativa por meio de um projeto desenvolvido pela organização não-governamental baiana Centro de Referência Integral de Adolescentes (Cria). Atualmente, cerca de 150 jovens participam do projeto, que oferece formação em artes para produção cultural, como teatro, poesia, vídeo, fotografia, literatura e jornal comunitário."Nossos princípios estão baseados na solidariedade, no respeito à diversidade. Tudo isso está presente nessa idéia de cultura colaborativa, que tem tudo a ver com comunicação e que é altamente potencializada quando a gente começa a se apropriar da tecnologia e de outras formas de contato entre nós e de construção coletiva", destaca a coordenadora de comunicação da ONG, Scheila Gummes. A experiência foi apresentada hoje (12) no primeiro Encontro de Cultura Colaborativa, durante a mesa-redonda Comunicação e Desenvolvimento. Scheila Gummes contou que na sede do Cria, em Salvador, funciona uma unidade do projeto Pontos de Cultura, do Ministério da Cultura, o que permite que os jovens tenham acesso, por exemplo, a um estúdio multimídia.Segundo a coordenadora, algumas amostras das produções dos adolescentes foram publicadas no site do Cria (www.criando.org.br), como ensaios fotográficos. Ela destacou que o projeto possibilita a mudança de comportamento dos jovens: "Eles estão se fortalecendo como sujeitos políticos, na verdade, porque estão querendo encontrar e se apropriar de novos mecanismos de fala, em que possam construir suas próprias narrativas, se posicionar politicamente e ocupar um lugar mais digno da sociedade". Criada em 1994, a ONG também tem como foco o fortalecimento de uma rede formada por 27 grupos comunitários liderados por jovens e por 17 núcleos de arte situados em municípios do semi-árido baiano.