Antonio Arrais
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A população idosa no Brasil, ou seja, a partir dos 60 anos de idade, já representa 18 milhões de pessoas, ou quase 10% da população brasileira, e serão mais de 30 milhões em 2025. Em todo o mundo, hoje, são 600 milhões de idosos, e em2025 serão dois bilhões.Estes números foram apresentados hoje (12) por Perly Cipriano, subsecretário de Promoção dos Direitos Humanos da Secretaria Especial de Direitos Humanos (SEDH) da Presidência da República, em audiência pública para marcar o Dia Mundial de Combate à Violência contra o Idoso, que será comemorado sexta-feira (15). A audiência foi promovida pela Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado Federal, requerida pelo seu presidente, senador Paulo Paim (PT-RS).Perly Cipriano disse que "a velhice é uma conquista da Humanidade e precisa ser acrescida de qualidade de vida". Segundo ele, "toda a sociedade brasileira precisa rever seus conceitos acerca do tratamento a ser dispensado aos idosos; no mundo atual não cabe mais ver os idosos como pobres coitados ou doentes".O ministro Paulo Vannuchi, secretário especial de Direitos Humanos, que participou da audiência pública, embora sua presença não estivesse prevista, chamou a atenção para a necessidade de respeito aos mais velhos, e disse que "a política de direitos humanos não é para acobertar bandidos, mas para proteger aqueles que necessitam dessa política, como os idosos, as crianças, as vítimas em geral da violência".A pesquisadora da Fiocruz Maria Cecília de Souza Minayo disse que, no Brasil, diariamente morrem 46 idosos vítimas das mais diversas formas de violência e acidentes, incluindo nesses casos acidentes de trânsito, quedas, homicídios e suicídios. Ela disse que esses tipos de violências e acidentes têm apresentado "uma leve tendência de crescimento já há alguns anos".A representante do Ministério da Saúde, Marta Maria Alves da Silva, disse que "a maioria dos casos de violência contra idosos no país são praticadas por parentes e dentro das próprias residências" e citou como violência contra idosos a violência física, o abandono, a violência financeira e a violência psicológica. Ela disse que, dentre as vítimas, "as mulheres idosas são mais atacadas dos que os idosos"."O preconceito e a falta de respeito foram citados, em pesquisa, como a maior forma de violência contra o idoso, onde o respeito foi considerado, por um dos entrevistados, mais importante do que comer e beber", segundo Laura Mello Machado,representante da Associação Internacional de Geriatria e Gerontologia e da Organização Não-Governamental (ONG) Rede Internacional para Prevenção de Abuso contra o Idoso.Durante os debates, o senador Geraldo Mesquita (PMDB-AC) disse que "o Brasil deve se preocupar menos com leis, que elas existem demais, bastaria cumpri-las, pois os idosos precisam de políticas públicas sérias, que representam recursos reais para essas políticas e não recursos que são sempre contingenciados".